Com a
proclamação da República, muitas mudanças aconteceram não somente na vida
politica, como também na vida judiciária. Para ilustrar estas mudanças em nossa
região, transcrevemos abaixo o auto da instalação do termo da Vila de Prainha,
reunida ao de Monte Alegre:
“Aos vinte e oito dias do mês de novembro de
mil oitocentos e noventa, segundo da República, nesta Vila da Prainha, na sala
das sessões da Intendência Municipal, presentes o dr. Antônio Clementino
Accioli Lins, Juiz de direito da comarca de Monte Alegre, comigo escrivão “ad
hoc”, nomeado e juramentado, o terceiro suplente do juízo municipal deste
termo, Manoel Caldeira de Abreu, o presidente da Intendência, Cesário da Silva
Figueiredo, o vice-presidente da mesma, João Domingues Pinto Prado, os vogais,
José Joaquim Turíbio de Freitas, Bento José Rodrigues Corrêa e João Evangelista
Pereira, o delegado de polícia, Manoel José de Souza Torres, o professor
público, Gasparino Batista da Silva, o juiz comissário, Joaquim José Torquato
de Freitas, o advogado dr. Geraldo Barbosa de Lima, o cidadão Raymundo da Costa
Alvarenga, e outros cidadãos e funcionários públicos, declarou o juiz de
direito que ia instalar, neste município da Prainha, o termo do mesmo nome,
criado e reunido ao de Monte Alegre, por decreto Nº 161, de 12 de julho do
corrente ano. Em ato seguido, lendo os ofícios do dr. Governador do Estado, de
15 do mesmo mês e de 7 de outubro findo, dos quais constavam a comunicação da
referida criação e a ordem para ser instalado o referido termo, e deferindo o
juramento ao terceiro suplente do juízo municipal acima nomeado, à vista do seu
respectivo título, declarou instalado o mesmo termo de Prainha. Assim instalado
o termo, o juiz de direito, usando da palavra, felicitou o município na pessoa
dos cidadãos presentes pelo melhoramento que acabava de obter, declarando que
fazia ardentes votos para que a justiça do termo, hoje inaugurado, fosse reta e
imparcial. Em seguida, tomando a palavra o ilustre advogado, dr. Geraldo
Barbosa de Lima, mostrou em eloquente discurso a importância das vantagens que
acabava de obter este município com sua elevação à termo, embora reunido, não obstante
estar no caso, por sua importância e posição, de ser elevada até a categoria de
comarca; e concluiu, fazendo votos para que esse “desideratum” fosse obtido.
Imediatamente tomou a palavra o patriótico cidadão Raymundo da Costa Alvarenga,
e, em uma alocução entusiástica e cheia de patriotismo, mostrou o júbilo de que
se achava possuído pela inauguração que acabava de realizar-se, e demonstrou a
importância e a grandeza deste município, que, como muitos outros, merecia ser
elevado à categoria de comarca. Em ato contínuo usou da palavra o cidadão
Antônio Ferreira de Souza Lyra, secretário da Intendência Municipal, e,
felicitando o município pela sua elevação à termo, concluiu agradecendo ao
presidente da mesma Intendência, Cesário da Silva Figueiredo, e ao delegado de
polícia, Manoel José de Souza Torres, os valiosos esforços empregados em favor
deste município. E não havendo mais quem pedisse a palavra, mandou o juiz de
direito lavrar o presente auto, que assina com as autoridades e funcionários
públicos acima declarados, e cidadãos que o quiserem. Eu, Polycarpo Rodrigues
Chaves, escrivão “ad hoc”, o escrevi. Antônio Clementino Accioli Lins, Manoel
Caldeira de Abreu, Cesário da Silva Figueiredo, João Domingues Pinto Prado,
José Joaquim Turíbio de Freitas, Bento José Rodrigues Corrêa, João Evangelista
Pereira, Manoel José de Souza Torres, Gasparino Batista da Silva, Joaquim José
Torquato de Freitas, Geraldo Barbosa de Lima, Raymundo da Costa Alvarenga,
Antônio Ferreira de Souza Lyra, Sebastião Hemenegildo Lobato, Guilhermino
Francisco Jardim, João Samico Júnior, Francisco José da Fonseca, Evaristo
Antônio do Rosário, Irineu da Silva Branco, Cyriaco Ferreira Pinho, Conegundes
Gomes de Andrade, Jacob Sabbah, Manoel Antônio Sanches, João Francisco Jardim,
Joaquim Ferreira Horta, Casemiro Antônio de Souza”.
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