Abaixo, destacamos uma nota
publicada no jornal TAPAJOENSE, publicado em 08 de dezembro de 1855, que
retrata um fato da época, envolvendo uma escrava de uma família santarena e dos
castigos a que eram submetidos com a conivência dos seus próprios donos. Eis a
notícia:
“Terça-feira à noite indo a esposa do Ilmo. Sr. Major Antônio de
Oliveira da Paz, tomar banho à praia em companhia de suas filhas e outras
pessoas, foi vítima da ferina língua de uma preta escrava do Sr. M. S. dos
Santos Braga, que pelo frívolo motivo de uns mucajás que os crioulinhos daquela
senhora tiraram de uma cuia lançada a esmo, e que a preta dizia pertencer-lhe,
vociferou palavras e doestos, que são até indignas de sua narração, e só
próprios de regateiras!
O
sr. Delegado tomou ciência do fato, e logo deu as necessárias providencias a
desagravar o melindre ofendido de uma senhora virtuosa.
O
sr. Braga, não apoiando os seus escravos, concordou com o sr. Delegado em que a
preta fosse castigada na porta do sr. Paz, ao que este senhor se mostrou
satisfeito, e na manhã de quarta-feira efetuou-se o castigo com uma grosa de
feroladas [sic].
Louvamos
que o sr. Delegado assim proceda, visto que compreende o peso que se deve dar
aos insultos dos senhores negros que se conduzem mal.
Continue
S. Senhoria a dar destes exemplos e em breve veremos a escravatura entrar na
órbita dos seus deveres, e não veremos as honestas famílias a todo momento
enxovalhadas por esses Cafres”.
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