quinta-feira, 5 de julho de 2018

Uma festa carioca em favor dos indígenas mundurucus – 1919


O Rio assistirá, nestes dias, a uma das festas mais lindas do ano e que terá uma significação altamente social e humanitária. É a que se vai realizar em benefício da Catequese de Índios Mundurucus, no Alto Tapajós, no Estado do Pará. Quem sabe o valor da catequese e sua ação beneficiadora dos costumes, não hesitará em concorrer para o brilhantismo dessa festa, tão bela quanto oportuna. O local escolhido, acertadamente, é o Theatro Municipal, e a festa terá o êxito encantador de um espetáculo de gala de que é promotora a distintíssima senhora Firmo Braga.

Para o brilho desse certame elegante, é de louvar o esforço da seleta comissão composta das senhoras: Firmo Braga, Delfim Moreira, Antônio Azeredo, Eugenio de Barros, condessa Frontin, Theotonia Britto, Augusto de la Roque. Realçarão o sarau, preparado com ordem e fino gosto, um concerto vocal e instrumental e um trecho de declamação. Na parte seguinte, que se organiza também caprichosamente, estreará no canto a senhora Firmo Braga, uma das mais perfeitas vocações, e que é, sem lisonja alguma, ornamento dos mais preexcelentes do meio social brasileiro. Tomarão parte ainda no canto as senhoras: Kendall, Angela Vargas e Barbosa Vianna.
Na declamação, far-se-á ouvir Figueiredo Roxo.
Dirigirá a orquestra o festejado maestro Chiafitelli.
Sabemos que esta festa será, simultaneamente, oferecida em homenagem à senhora Epitácio Pessoa em seu regresso da Europa.

NOTA: Publicado na revista Bahia Ilustrada, edição 019 de 1919.


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