sábado, 8 de junho de 2019

O Problema do Plantão de Farmácias em Santarém – 1969


Não é de hoje que a população exige, e se assim o faz é porque sente a necessidade, pois o problema não é dos dias atuais, tanto que a Câmara de Vereadores, em tempos que já vão longe (quando ela funcionava), aprovou uma lei com a finalidade de resolve-lo; entretanto, àquela altura dos acontecimentos, como tudo era na base do deixa para mais tarde, o tempo foi-se passando, o povo sofrendo a necessidade, e o problema não foi resolvido. Alegavam as pessoas que deviam solucionar a questão que a falta de luz e a segurança advinda desse fato não permitia que cumprissem o que determinava a lei, de forma que nem ao menos chegou a ser regulamentada a fim de que pudesse ser exigida a sua observância.

Hoje, porém, o número de estabelecimentos congêneres aumentou, possuímos já boa luz em toda a cidade, ainda não se teve notícia de que algum estabelecimento comercial fosse invadido por assaltantes e tudo indica que JÁ É TEMPO DE SOLUCIONAR O PROBLEMA.
Falamos do assunto plantão de farmácia. Problema que para muitos pode passar despercebido, mas que a outros tantos tem causado uma série de embaraços, contratempos e até prejuízos irrecuperáveis, com a perda de entes queridos, por falta de um medicamento no tempo exato. Só pode avaliar o problema, em toda sua extensão, aquele que, durante a noite, em dia feriado ou domingo, viu um membro de sua família debater-se entre a vida e a morte e, após encontrar o facultativo que lhe prescreve um medicamento, procura uma farmácia para adquiri-lo e não as encontra em funcionamento.
Esse estado de coisas não pode mais perdurar em Santarém. Não podemos ficar assim tão desprotegidos quando já possuímos um regular número de farmácias que bem podem uma vez por semana permanecer durante as horas do dia ou da noite em plantão permanente, assegurando àqueles que precisam a certeza de que terão, na hora necessária, o medicamento para minorar a dor e o sofrimento dos seus entes queridos ou a sua própria dor.
Justiça se deve fazer, aqui, aos proprietários das farmácias Matos e Lider, que sempre estão prontos a atender a qualquer hora do dia ou da noite aqueles que os procuram com a finalidade de adquirir medicamentos. Mas não devemos e nem podemos continuar como estamos. Devemos dar um pouco mais de descanso a esses abnegados e organizar, como o fazem nas grandes cidades, o plantão das farmácias, a fim de que aqueles que tiverem necessidades, não fiquem sem saber, na hora exata, onde irão adquirir o medicamento para levar o lenitivo à dor que sofrem.

NOTA: Publicado no Jornal de Santarém de 14 de junho de 1969.

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