Momo e Zé
Pereira gostaram este ano de Santarém. E assim é que “com dinheiro ou sem
dinheiro”, lá foram eles rodopiar nas “cobrinhas” e saltar nos sambas.
A chuva sempre
pelo meio, querendo “empastelar”, como diz o escrivão José Matos.
Notamos que as mulheres estavam mais animadas que os homens; principalmente a Aurora, a Helena e a Amélia...
As fantasias
estavam boas: o Fona ficou tão bem fantasiado a la “portuga” que fazia gosto! E
o Serruya? Estava “gozado” não há dúvida: metido numa jaquetinha dum “bébé” de 7
meses.
Não, a coisa
esteve boa mesmo. Chegaram a dizer até que uma Filha de Maria não resistiu e
dançou no Recreativo! Só tenho medo é que ela se encontre de repente com Frei
Domingos...
E vocês viram
como o sr. Monteiro e sr. Hito “requebraram” direitinho?
Eu vi três
pequenas do “barulho”. Iam passando por mim quando uma disse a outra: – Ô
“bicho” mole. Não gosto de dançar com ele porque é uma lesma de calças!
Disse eu com
meus botões, como diz minha avó: “Salto!”
Não, a festa
esteve boa mesmo!
Por causa dela,
houve: 16 prisões, 20 surras, 4 facadas, 35 dores de cabeça e 65 bate-bocas de
mulher contra o marido (inclusive a minha)...
LINGUARUDO.
NOTA: Texto
extraído do “O Jornal de Santarém” de 26 de fevereiro de 1944.
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