Por Franco de
Almeida
Ai, quem me dera,
em sonho ou fantasia
Ver-te ensaiar,
numa infantil candura,
O mágico sorriso
de ternura
Que nos teus
lábios vi bailar um dia!
Tendo nos olhos
cor de noite escura,
Na voz tens
pizzicatos e harmonia...
Vênus, por
certo, ao ver-te, invejaria
Esse conjunto
ideal de formosura...
Que tintas e
pincéis pôde a pintura
Empregar para a
lírica frescura
Do rosto teu
gravar na tela fria, –
Se as olímpicas
musas da poesia,
Nem na lira em
arpejos noite e dia,
Podem cantar-te,
em verso, a fonte pura?
NOTA: Poesia
escrita na Vila de Brasília Legal, atualmente no município de Aveiro (PA), no
dia 13 de novembro de 1926.
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