Eu era um
menino que morava quase no cruzamento da Avenida Marabá com a Travessa Quinze
de Agosto. Foi na minha infância que conheci o Cristovam Sena (e Rute e filhos).
Conheci a biblioteca do Cristovam quando ainda ficava no térreo da sua casa,
depois ele a levou para um andar superior. Por fim, construiu um prédio maior e
unicamente para abrigar a Biblioteca e mais curiosidades que hoje constituem o
Instituto Cultural Boanerges Sena.
Cristovam tem
um vício, que lhe foi dado por seu pai, Boanerges... Cristovam é viciado em
livros (um vício que também peguei com o passar do tempo). Mas conheço um outro
vício dele, que também compartilho, o vício pelas coisas nossas, pela memória
do povo santareno.
Com
propriedade posso afirmar que ele vem lutando pelos seus vícios há muito tempo.
O próprio Instituto Cultural Boanerges Sena – ICBS é uma prova disso. Ali
passo, de vez em quando, para desfrutar das belezas e benesses daquele que eu
considero um “Templo do Conhecimento Cultural” de Santarém. Esse Templo tem uma
grande Virtude: Compartilhar!
Sim, o vício
em livros daquele menino que lia os livros para seu pai, produziu um homem de
virtude singular, que preza pelo passado histórico (e também pelo presente) da
terra que lhe viu nascer; e que luta para guardar, conservar e repartir o que
vem conhecendo ao longo desses anos todos de dedicação ao ICBS.
Hoje, me
delicio ainda mais dos papos que temos. Das ideias que ainda trocamos e do
incentivo mútuo que trocamos. Há muitos tesouros no ICBS: livros (inclusive
alguns originais de obras, como o “Tupailândia" ilustrado na foto acima),
jornais, revistas, documentos, fotos, objetos que foram de santarenos ou
ligados à história santarena, quadros, pinturas (inclusive a obra raríssima, feita a óleo sobre uma madeira irregular, obra de
Apolônio Fona, que vem em foto abaixo), e muitas coisas que até hoje descubro a
cada nova visita.
Esses dias,
Cristovam me mostrou, por exemplo, um daguerreotipo de um ancestral dos “Rodrigues
dos Santos” (coronel Joaquim), que administrou Santarém em idos de 1848/9 (vide foto abaixo). Um
presente que lhe foi ofertado pelo maestro Wilson Fonseca e que o mesmo guarda
com cuidado e carinho para a posteridade.
O maior
tesouro, entretanto, é o homem. O Cristovam Sena é o tesouro vivo do ICBS. Sua
memória do futebol, da agricultura (Emater, então, nem se fala), da política,
da vida familiar, é um tesouro incomparável. Ao seu lado, Rute, a grande e
maior “parceira” no trabalho, que veio de Bragança para amar esta terra
santarena como sendo sua e que acabou se viciando no vício do marido.
O ICBS
cresceu, graças a Deus! Mas para que continue a crescer não basta apenas o
esforço hercúleo do Cristovam. É preciso mais! É preciso que outros também
abracem a ideia. No momento, ICBS é mantido pelo homem que partilha o que tem
com o povo de Santarém. Sou contrário a homenagens póstumas, a choros que não
farão diferença nenhuma ao pranteado. Principalmente se estas homenagens
póstumas forem do poder público... Se tivermos que agir, façamos agora, para
que a luta não seja em vão e para que a memória permaneça.
Santarém, 06
de janeiro de 2017
Pe. Sidney
Augusto Canto
Bom dia Sr Sidney !
ResponderExcluirgostaria de manter contato com o Sr pois vejo que gosta de historia!
Joaquim Rodrigues dos Santos e Meu Antepassado ,não ha como o Sr escanear essa foto ou mandar para o zap?
Ficaria muito Agradecido!
Foto original de Joaquim Rodrigues dos Santos, você encontrará no Instituto Cultural Boanerges Sena - ICBS. Vide https://www.icbsena.com.br/
ExcluirJa comentei varias vezes e não obtive resposta!
ResponderExcluirainda sim fico no aguardo!!
Caro "Desconhecido", não sei se você é a mesma pessoa acima, e também desconheço a sua pergunta ainda não respondida. Gostaria que pudesses se identificar e enviar a pergunta para que seja respondida, caso ainda não tenha sido respondida aqui.
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