Por Augusto
Lopes
Maio fugiu sim... Por campinas fora
Deixando as flores nos jardins em pranto;
Com ele vai o meu amor d’outrora
Por quem choro hoje, por quem sofro tanto.
Maio fugiu sim... Levando no manto
As ilusões, por quem meu peito chora.
E, os passarinhos num saudoso canto,
Choram tristonhos ao romper da Aurora.
Tudo fugiu com Maio... Até das flores
Evadiu-se o meigo e casto odor,
E, do sol não vejo as fulgentes cores
E a brisa em prantos ao passar murmura:
“Maio levou consigo o seu fulgor,
Para ninguém gozar de tal ventura”.
NOTA: Poesia
escrita em Santarém, no dia 30 de maio de 1931.
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