Por Anysio
Chaves
Na tumba
senhoril e majestosa,
Na cova rasa de
um desconhecido
Que na estrada ficou.
Há sempre alguma
coisa que comove,
Que espanta, mas
que acalma e que consola
Alguém que as deparou.
No riso de uma
esquálida caveira
No ósseo
chacoalhar de um esqueleto,
Devemos, pois, pensar,
Habita ainda a
sombra respeitável
Daquele que, no
fausto ou na miséria,
Ali veia acabar.
E a Ciência
diz-nos firmemente,
A despeito do
assombro que nos causa
A morte material.
Que a essência
do ser que hoje perece,
Desprende-se,
depura-se, renasce
Na vida universal.
E, depois de
dezenas de existências,
Terminadas as
provas necessárias
Sob a Lei do Amor.
A alma volta ao
seio do Infinito
E lá será eterna
e radiante
Junto ao Deus Criador.
NOTA: Escrita em
Santarém e publicada em 26 de novembro de 1932.
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