quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Dois problemas graves em Santarém em 1957


A falta de água em certos setores da cidade e a nossa precária iluminação pública vem dando, como sempre, motivos para que muita gente desenferruje a língua e á falta de outros assuntos ponham a culpa dessa situação sobre os ombros da administração municipal, como se houvesse um descaso criminoso da parte do responsável direto pelo bom ou mau andamento dos serviços públicos.

Santarém, como todos sabem, sofre a crise de crescimento que afeta todos os setores da vida brasileira, havendo em toda parte, em todas as cidades, esses mesmos problemas angustiosos de difícil solução, por motivos diversos, sendo o principal o alto custo que atingiram, maquinário material e mão de obra, fora das possibilidades aquisitivas do erário público.
E muitas cidades do Brasil, principalmente nas capitais, os responsáveis estão adotando o recurso extremo, pode-se dizer, de apelar para os capitalistas, ou seja, para os homens de muitos haveres, a fim de que se agrupem em sociedades de economia mista para conseguirem por essa maneira os recursos necessários a melhoria desses dois grandes problemas que existem a desafiar a boa vontade dos homens de governo por todo o Brasil, que são justamente os mesmos que afligem a população de Santarém, a deficiência do fornecimento de água e luz à cidade.
Em Santarém, infelizmente, apesar das tentativas levadas á cabo em diversas oportunidades, ainda não foi possível conseguir-se que os capitalistas da terra em um entendimento proveitoso, organizem uma sociedade que vise explorar os serviços de fornecimento de água e de força e luz da cidade.
E desde que as precárias rendas municipais não permitam que se faça coisa alguma nesse sentido, a solução para esses problemas é essa aí apontada. Não há outro jeito, e se existe, os línguas sujas que o apontem, publiquem seus planos que serão levados em conta desde que constatada a sua viabilidade.

NOTA: Notícia publicada no “Jornal de Santarém”, de 12 de janeiro de 1957.

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