A falta de água
em certos setores da cidade e a nossa precária iluminação pública vem dando,
como sempre, motivos para que muita gente desenferruje a língua e á falta de
outros assuntos ponham a culpa dessa situação sobre os ombros da administração
municipal, como se houvesse um descaso criminoso da parte do responsável direto
pelo bom ou mau andamento dos serviços públicos.
Santarém, como
todos sabem, sofre a crise de crescimento que afeta todos os setores da vida brasileira,
havendo em toda parte, em todas as cidades, esses mesmos problemas angustiosos
de difícil solução, por motivos diversos, sendo o principal o alto custo que
atingiram, maquinário material e mão de obra, fora das possibilidades aquisitivas
do erário público.
E muitas cidades
do Brasil, principalmente nas capitais, os responsáveis estão adotando o
recurso extremo, pode-se dizer, de apelar para os capitalistas, ou seja, para
os homens de muitos haveres, a fim de que se agrupem em sociedades de economia
mista para conseguirem por essa maneira os recursos necessários a melhoria
desses dois grandes problemas que existem a desafiar a boa vontade dos homens
de governo por todo o Brasil, que são justamente os mesmos que afligem a
população de Santarém, a deficiência do fornecimento de água e luz à cidade.
Em Santarém,
infelizmente, apesar das tentativas levadas á cabo em diversas oportunidades,
ainda não foi possível conseguir-se que os capitalistas da terra em um
entendimento proveitoso, organizem uma sociedade que vise explorar os serviços
de fornecimento de água e de força e luz da cidade.
E desde que as
precárias rendas municipais não permitam que se faça coisa alguma nesse
sentido, a solução para esses problemas é essa aí apontada. Não há outro jeito,
e se existe, os línguas sujas que o apontem, publiquem seus planos que serão
levados em conta desde que constatada a sua viabilidade.
NOTA: Notícia publicada
no “Jornal de Santarém”, de 12 de janeiro de 1957.
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