Encontra-se no Rio (onde veio passar alguns dias, para matar saudades), o repórter Vinicius Lima, autor de alguns livros de sucesso, inclusive “Eu voltei do Inferno”. Conforme esta coluna já noticiou uma vez, Vinicius abandonou o jornalismo para tornar-se plantador de juta na cidade de Monte Alegre (Pará), no Baixo Amazonas, Aí vive há mais de dezoito meses, perfeitamente integrado no meio, levando uma existência até certo ponto repleto de aventuras. Ultimamente, entretanto, Vinicius Lima decidiu fundar uma empresa de turismo, especializada em caçadas e pescarias, para isso montando uma organização que dispõe hoje de uma infinidade de barracas, mais de sessenta armas de fogo, velhos mateiros a seu serviço, caçadores profissionais, além de um jipe, um caminhão e uma lancha (Monte Alegre fica à margem do rio Gurupatuba, afluente do Amazonas). Sua organização está também em conexão com duas empresas de turismo da Amazônia: a Amazonatur e a Rupamturismo.
– Descobri a
vida real – declarou Vinicius. Como bem, bebo bem, caço e pesco todos os dias.
Ainda mais: já não sou perseguido por maconheiros e transviados, que foram temas
de algumas reportagens que escrevi e que me deram muita dor de cabeça.
Declarou ainda
Vinicius Lima que pretende escrever um livro sobre Monte Alegre: sua vida, a
paisagem, o tipo humano, a exemplo do que fez Raimundo de Moraes, autor de um
excelente trabalho sobre aquela comunidade: “O Mirante do Baixo Amazonas”.
E concluiu:
– A vida naquela
região é qualquer coisa de diferente, de paradisíaco. O clima é excelente. A
comida melhor ainda. E seus habitantes são os melhores que já encontrei em
qualquer parte do Brasil.
NOTA: Texto
publicado no “Correio da Manhã”, de 19 de agosto de 1958.
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