quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Um estranho “monstro marinho” avistado no Trapiche Municipal de Santarém – 1933.

Na noite de 09 do corrente, cerca de meia noite, várias pessoas encontravam-se no Trapiche Municipal desta cidade, à espera dos vapores “Barão de Cametá” e “Rio-Mar”, quando um dos circunstantes, o sr. Lauro Neves, antigo trabalhador do Trapiche, chamou a atenção dos presentes para um vulto negro, de consideráveis proporções, que avançava contra a correnteza do rio, em direção do Trapiche e ao largo da praia mais ou menos sessenta metros.

Ao ser avistado o vulto estava defronte da residência da senhora d. Rosinha Coelho. Instantes após, tomando a direção da praia para o ponto onde se encontra o primeiro banheiro ao lado do Trapiche, aproximou-se daquele departamento Municipal descrevendo uma curva a pequena distância, em direção à correnteza fronteira do cais Barão de Tapajós, onde desapareceu.
Viram, assim, as pessoas que lá se achavam, das quais podemos citar os senhores Lauro Neves, o catraieiro apelidado “Também Quero”, professor José Agostinho, dr. Cássio Guimarães e José Desincourt, tratar-se de uma cobra monstruosa, de cor de um negro-baço à luz do luar, cujo dorso, que emergia do seio das águas do Tapajós teria aproximadamente trinta metros de comprimento por meio metro de altura e outro tanto de largura, ou seja, da grossura de um barril de “quinto”.
Não é a primeira vez que este monstro é avistado desta cidade, sendo, porém, a primeira que se aproxima do centro de maior movimento, conforme nos asseveram diversos pescadores da Colônia Z 11, que tem o avistado na direção do Igarapé-assú.


NOTA: Publicado no Jornal de Santarém de 14 de janeiro de 1933.

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