Na noite de 09 do corrente, cerca de
meia noite, várias pessoas encontravam-se no Trapiche Municipal desta cidade, à
espera dos vapores “Barão de Cametá” e “Rio-Mar”, quando um dos circunstantes,
o sr. Lauro Neves, antigo trabalhador do Trapiche, chamou a atenção dos
presentes para um vulto negro, de consideráveis proporções, que avançava contra
a correnteza do rio, em direção do Trapiche e ao largo da praia mais ou menos
sessenta metros.
Ao ser avistado o vulto estava
defronte da residência da senhora d. Rosinha Coelho. Instantes após, tomando a
direção da praia para o ponto onde se encontra o primeiro banheiro ao lado do
Trapiche, aproximou-se daquele departamento Municipal descrevendo uma curva a
pequena distância, em direção à correnteza fronteira do cais Barão de Tapajós,
onde desapareceu.
Viram, assim, as pessoas que lá se
achavam, das quais podemos citar os senhores Lauro Neves, o catraieiro
apelidado “Também Quero”, professor José Agostinho, dr. Cássio Guimarães e José
Desincourt, tratar-se de uma cobra monstruosa, de cor de um negro-baço à luz do
luar, cujo dorso, que emergia do seio das águas do Tapajós teria aproximadamente
trinta metros de comprimento por meio metro de altura e outro tanto de largura,
ou seja, da grossura de um barril de “quinto”.
Não é a primeira vez que este monstro
é avistado desta cidade, sendo, porém, a primeira que se aproxima do centro de maior
movimento, conforme nos asseveram diversos pescadores da Colônia Z 11, que tem
o avistado na direção do Igarapé-assú.
NOTA: Publicado
no Jornal de Santarém de 14 de janeiro de 1933.
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