sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Uma provocação que levou à construção das novas torres da Catedral – 1932

Não podemos deixar que passe desapercebida a nota destoante, o contraste que se verifica entre o novo calçamento do leito da rua Siqueira Campos, fronteiro à Matriz, e a fachada desta, que o desleixo ou a falta de vontade de quem de direito, abandonou por completo à ação do tempo.
Cidade bastante adiantada, onde o progresso surge incontestavelmente dia a dia e que, podemos afirmar, não tem rival entre as outras cidades do interior do Estado, Santarém, em puro contraste com o que vimos de dizer, possui uma Catedral cuja fachada não recomenda, em absoluto, o zelo daqueles que entre nós enfeixam em suas mãos o poder eclesiástico.

Nem o fato de haver a Prefeitura, embora com sacrifícios, renovando o calçamento, preparando-o para a festividade que hoje se inicia, fez com que a Prelatura levasse a efeito a renovação do frontispício da Matriz.
Pode ser que, depois de lido este e achado conforme, se anime sua Exa. Revma., o sr. Prelado, a meter mãos à obra, para o qual julgamos que o maior capital a empregar será o de boa vontade.


NOTA: Publicado no Jornal de Santarém de 26 de novembro de 1932.

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