Como um fecho de
ouro às solenidades que vem sendo prestadas à Senhora da Conceição, as
cerimônias de hoje terão um cunho de especial brilhantismo, como justa prova de
apreço e gratidão da Terra Santarena à sua amada padroeira. E neste dia
felicíssimo em que os santarenenses esquecem dissenções e malquerenças,
voltando-se contritos e confiantes para a Amantíssima Virgem será, sem dúvida,
pequeno o majestoso templo para conter a inumerável massa de fiéis que irão render
culto de veneração à sua Augusta Protetora.
As cerimônias de
hoje iniciar-se-ão com a
PRIMEIRA MISSA
Que será
celebrada às cinco horas da manhã, sendo ministrada a comunhão geral.
Às 8 horas será
cantada a
SOLENE MISSA
Da Festa, que
obedecerá à pompa do ritual católico.
Ao Evangelho,
consumado orador sacro fará panegirico da Virgem da Conceição.
Às 5 horas da
tarde, ao bimbalhar festivo dos campanários e sob o espocar esfuziante das
girândolas, sairá da Catedral, em riquíssimo andor, a
PROCISSÃO
Da sagrada
imagem, cujo percurso será o seguinte: rua Dr. Colares, praça Dr. Rodrigues dos
Santos, rua Floriano Peixoto, travessa Cel. Francisco Corrêa, rua João Pessoa,
travessa dos Mártires e rua Siqueira Campos até a Matriz.
Recolhido o
grande Préstito, será entoado solene
TE-DEUM LAUDAMUS
Em agradecimento
às graças alcançadas por intercessão da Santíssima Virgem.
Com este ato
encerram-se as homenagens do corrente ano à Gloriosa Padroeira de Santarém.
O ARRAIAL
A praça
Monsenhor José Gregório, engalanada e festiva, tornar-se-á pequena para
comportar a multidão que nela se espalhará desde cedo, ora fazendo o footing
no trottoir,
ora abancando-se às barracas para saborear os finos quitutes, o roxo assahy
[sic] ou os gelados de sua predileção.
A barraca Nossa
Senhora da Conceição, que é o ponto chic da reunião das famílias, ornada a
gosto e abrilhantada pelo “Euterpe-Jazz”, hoje culminará pelo excelente
cardápio a que não poderá ficar isento o mais modesto garfo da terra.
Fogos cambiantes
serão queimados e bastas girandolas de foguetões fenderão os ares para maior
alegria das festas profanas.
NOTA: Publicado
no Jornal de Santarém de 08 de dezembro de 1934.
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