Por Augusto
Lopes
Estrada de Rodagem, salvando as
intransponíveis cachoeiras do Tapajós,
conhecidas por Maranhão-Grande e Flexal.
Deito à estrada
o olhar, e esta estranha pista
Intérmina se
vai, caracolando, adiante;
Da floresta
partindo a coroa verdejante,
A qual deixa,
sinuosa, esbranquiçada lista.
Valles galgo,
veloz; dos morros subo à crista;
Cerros transponho
aqui, abruptos, num instante,
Um minuto não
paro e a estrada coleante,
Sempre diante de
mim, a se perder de vista.
No murzelo,
impaciente, os acicates largo...
Louco para
chegar ao fim deste encargo
Cruel, que me
pungindo, a alma me seduz.
Tal do homem é o
destino, irrevogável, duro
Na mocidade
trilhar por um caminho escuro
Que distancia o
Tapajós de Santa Cruz.
NOTA: Poesia publicada
em Santarém no ano de 1928, sobre a abertura de um trecho de uma estrada de
rodagem na região das cachoeiras do rio Tapajós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário