Pe. Sidney
Augusto Canto
Apesar de
Belterra datar de 1934, somente em 1939 foi construída a PRIMEIRA CAPELA dentro
das “Plantações Ford”. Trata-se da Capela de São José, na Estrada Oito. Um ano
depois, em 1940, foi construída a Capela de Santa Luzia, na “Estrada 129”. Até
então Belterra era atendida esporadicamente pelos padres franciscanos alemães.
Com a chegada
dos frades norte-americanos em Santarém, no dia 25 de
junho de 1943, (Frei Tiago Ryan, Frei Tadeu Prost, Frei Junípero Freitag e Frei
Severino Nelles). Uma nova era iniciava para a Igreja de Belterra. Já no dia 03
de julho do mesmo ano seguem para Belterra no barco motor “Dioclésio”: Frei
Junípero Freitag e Frei Tadeu Prost. Estes dois foram os PRIMEIROS frades a
cuidarem de Belterra.
No entanto, eles não ficaram em Belterra. Naquela época, Belterra era
parte da Paróquia de Nossa Senhora da Saúde, com sede em Alter do Chão, que
havia sido criada em 1758, pelo Governador Francisco Xavier de Mendonça
Furtado. Logo de imediato os dois frades começaram a conversar para conseguirem
um terreno para a construção de uma “Residência”. A Companhia Ford lhes cedeu
um terreno nas margens da Estrada 01. E ainda naquele ano, em 11 de novembro,
foi feito o lançamento da “Pedra Fundamental” da residência franciscana de
Santo Antônio de Belterra, uma casa em madeira, de dois pavimentos, que já não
existe mais nos dias de hoje.
A construção da PRIMEIRA Igreja Matriz de Santo Antônio, iniciou
somente no ano seguinte, em 1944. Foi solenemente inaugurada no dia 13 de junho
de 1945. Também foi construída em madeira e não existe mais nos dias de hoje.
Entrementes os frades iniciaram também a construção da Capela de Nossa Senhora
das Graças, na Estrada 10, inaugurada em 1947. Estava assim, configurada as
comunidades católicas que comporiam a sede do atual município de Belterra.
Contudo, apesar dos trabalhos estarem concentrados nas estradas e vilas
da “Plantação”, a SEDE PAROQUIAL era ainda a Vila de Alter do Chão, que em idos
de 1943, quando da chegada dos frades americanos era pouco povoada. Aliás, logo
após a chegada dos frades, foi proibido o “Sairé”, feito por ocasião das festas
religiosas da sede. Isso gerou descontentamento do povo que acabou contribuindo
ainda mais para a efetivação da transferência da sede paroquial.
Historicamente, Belterra não foi “criada” paróquia logo com a chegada
dos frades, como pensam alguns. Aconteceu que Dom Floriano, atendendo ao pedido
dos franciscanos do “Tapajós”, suprimiu a paróquia de Nossa Senhora da Saúde e
transferiu a sede da paróquia de Alter do Chão para Belterra, mudando-lhe
inclusive o padroeiro. A transferência da sede aconteceu em 16 de abril de
1953.
Conforme consta nos dados da Curia Diocesana, a configuração da
Paróquia em 1953, quando a mesma foi instalada em Belterra era a seguinte:
Além da Matriz
das três Capelas da “SEDE”, os frades atendiam as Capelas de: Alter do Chão,
antiga sede paroquial; Pindobal; Sumaúma (hoje Porto Novo); Aramanaí;
Jaguarari; Piquiatuba; Tauari, Pau-Rosa, Marai, Miritituba, Colônia S. José,
Colônia Fé em Deus, Prata, Genipapo e Andirobalzinho, num total de 19 “centros
de catequese” existentes no início da história paroquial. Para atender estas 19
comunidades havia na “Residência” em 1953, cinco frades sacerdotes e um irmão
leigo, que assumia as funções de sacristão da Matriz, onde todos os dias havia
celebração da Eucaristia.
ESTATÍSTICAS EM
1953
Comunhões 22.220
Primeiras
Comunhões 232
Confissões 18.240
Visitas aos
doentes 920
Pregações 560
Batizados 351
Casamentos 87
Crismas 310
ASSOCIAÇÕES
LEIGAS DA PARÓQUIA EM 1953
Apostolado da
Oração com 717
associados.
Congregação
Mariana dos Moços com 282
associados.
Pia União das
Filhas de Maria com 95
associadas.
Cruzada
Eucarística com 661
associados.
Assim se
referia, o cronista da Prelazia ao escrever o “Livro do Cinquentenário”, no ano
de 1953, quando a sede da Paróquia passou a ser em Belterra:
Sempre maior incremento estão tomando, em Belterra,
as obras sociais. A paróquia mantém 3 bibliotecas, pequenas ainda, nas Estradas
1, 6 e 8, com um total de ais de 1.200 volumes. Para festas paroquiais,
reuniões sociais, etc., serve um salão, a “Casa São Francisco”, possuindo um
grande palco com instalação de alto-falante, toca-disco e microfone. Nas
estradas 6 e 8 existem barracões apropriados para exercer o papel de salões de
reunião. O movimento esportivo entre os jovens é bem animado e fomentado pelos
Sacerdotes. Para os Marianos doentes há uma “Caixa de Socorro”, mantida pelos
próprios Marianos. Muito útil se tem mostrada a “Cooperativa das Primeiras Necessidades”,
dirigida pelos Padres Franciscanos. Um pequeno posto de remédios garante aos
enfermos, especialmente aos do interior da paróquia, remédios e auxílio
gratuitamente.
Na mesma época,
a paróquia possuía três bibliotecas que dispunham de um acervo de 1.200 livros
para consulta. Assim, neste ano de 2018, a paróquia que comemora 75 anos da
chegada dos frades americanos e 60 anos de sede paroquial pode sentar e avaliar
os frutos que já existem e planejar a colheita dos frutos que ainda podem vir
no futuro.
NOTA: Originalmente,
este artigo foi escrito, a pedido do padre Auricélio Paulino, para ser
publicado no programa da Festa de Santo Antônio de 2013.
Parabéns,esta matéria sobre a nossa paróquia e de suma importância para as futuras gerações.
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