Pelo governo central foi nomeado o cientista dr. Paulo Le Cointe chefe da sessão agronômica e diretor da estação experimental da cultura da seringueira na Amazônia. É um ato que merece os nossos aplausos, porque revela que o governo fez justiça, lembrou-se destes sertões, nomeando para um ramo do serviço público pessoa competente, empreendedora e perscrutadora, que tem dedicado o melhor de sua existência estudando as coisas amazônicas; desta vez não nos quis presentear com um sulista, que vem aqui somente encher os bolsos e praticar asneiras, como a estrada para automóvel Bueno de Andrada, sorvedouro dos dinheiros das obras de... Santa Engrácia.
O cientista
Jacques Huber, diretor do Museu Goelde do Pará, é quem mais conhece a
competência do engenheiro civil dr. Le Cointe, de quem estamos tratando, e de
cujos estudos e escritos muito tem aproveitado em bem daquele útil
estabelecimento. O dr. Le Cointe é de nacionalidade francesa, morador na cidade
de Óbidos, onde contraiu casamento com uma irmã do ilustre advogado dr. Corrêa
Pinto. Debaixo da vista de um homem com tão largos estudos para o progresso
brasileiro, acreditamos que a cultura da borracha seja, d’ora em diante, um
fato e não uma sinecura, como tem sido.
NOTA: Texto
extraído do jornal “O Município” de 10 de agosto de 1913.
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