quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Sobre a cultura da borracha por Paul Le Cointe – 1913

Pelo governo central foi nomeado o cientista dr. Paulo Le Cointe chefe da sessão agronômica e diretor da estação experimental da cultura da seringueira na Amazônia. É um ato que merece os nossos aplausos, porque revela que o governo fez justiça, lembrou-se destes sertões, nomeando para um ramo do serviço público pessoa competente, empreendedora e perscrutadora, que tem dedicado o melhor de sua existência estudando as coisas amazônicas; desta vez não nos quis presentear com um sulista, que vem aqui somente encher os bolsos e praticar asneiras, como a estrada para automóvel Bueno de Andrada, sorvedouro dos dinheiros das obras de... Santa Engrácia.

O cientista Jacques Huber, diretor do Museu Goelde do Pará, é quem mais conhece a competência do engenheiro civil dr. Le Cointe, de quem estamos tratando, e de cujos estudos e escritos muito tem aproveitado em bem daquele útil estabelecimento. O dr. Le Cointe é de nacionalidade francesa, morador na cidade de Óbidos, onde contraiu casamento com uma irmã do ilustre advogado dr. Corrêa Pinto. Debaixo da vista de um homem com tão largos estudos para o progresso brasileiro, acreditamos que a cultura da borracha seja, d’ora em diante, um fato e não uma sinecura, como tem sido.

 

NOTA: Texto extraído do jornal “O Município” de 10 de agosto de 1913.

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