segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Um protesto de professores em Santarém – 1978

A complementação salarial concedida pelo Ministério de Educação e Cultura aos professores da Escola de Primeiro Grau Plácido de Castro, não está sendo pago desde o mês de janeiro deste ano. Com isso vários professores deixaram de lecionar em protesto à falta de pagamento, o que resultou na redução do quadro docente daquele estabelecimento de ensino, que no início era uma das escolas mais conceituadas de primeiro grau de Santarém, hoje com poucos professores, sem energia elétrica e com falta de água.

O Plácido de Castro começou a funcionar em 1974, com 26 professores, atendendo um razoável número de alunos. Hoje possui apenas 13 professores, para um número superior a 500 alunos. A causa do abandono foi o atraso no pagamento, pois a última vez que os professores receberam a complementação salarial concedida pelo MEC foi nos meses de outubro e novembro (do ano anterior), quando receberam Cr$ 800,00 por cada mês. De início os educadores acusaram a direção do estabelecimento pelo atraso. Ocorre que a própria direção do educandário, a quem compete a maior parte do vencimento da complementação salarial, também há muito tempo não recebe a verba. Com isso não pode pagar os professores, que nem a ela compete e arcar com despesas de manutenção do estabelecimento.

Sem verba para pagar os professores, o Plácido de Castro vive uma fase crítica. Faltam professores das matérias técnicas, transportes para os alunos, inexiste uma orientadora educacional pedagógica e, até mesmo, uma vice-diretora.

 

NOTA: Texto extraído do “Jornal do Baixo-Amazonas” de 26 de novembro de 1978.

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