O vereador do
MDB Walter Marinho, em entrevista exclusiva para o Jornal do Baixo Amazonas revelou
ao repórter todos os problemas que estão ocorrendo no município de Oriximiná,
com relação a administração municipal e o povo. O edil oposicionista, disse que
a revolta parte da população e não dos membros da oposição, e antes de começar
a contar toda a história, disse “o que a
oposição está fazendo é apenas apoiando o povo, já que é um partido do povo. O
Movimento Democrático Brasileiro não tem interesse nenhum de colocar alguém
ligado a oposição para ser ou concorrer p cargo de prefeito de Oriximiná, que
nos do MDB e o povo queremos é um prefeito que seja do povo, aquele que tenha
um bom relacionamento com o povo. É este o prefeito que Oriximiná quer”.
Walter disse que
a política em Oriximiná começou a modificar radicalmente do dia em que o
governador Aloysio Chaves chegou a cidade ainda como candidato ao governador do
Estado. Em Oriximiná sempre existiram duas facções políticas, mas nunca houve
desentendimento entre famílias, entre parentes e até mesmos amigos. Já com a
visita de Aloysio a Oriximiná, as coisas começaram a se modificar. Logo ele
nomeou Raimundo Oliveira para exercer o cargo de prefeito de Oriximiná. Isto
causou uma revolta muito grande naquela cidade e foi então que foi criado a
oposição com a saída de aproximadamente 150 filiados da Arena que fundaram o
MDB em Oriximiná. O vereador oposicionista fez severas denúncias contra o
prefeito Raimundo José Figueiredo de Oliveira, acusando o gestor oriximinaense
de corrupto. Disse o edil “como pode um
homem entrar na prefeitura com dívidas de 1 milhão e 800 mil cruzeiros no Banco
do Brasil no Banco da Amazônia e 300 mil cruzeiros no Banco do Estado do Pará”
e em poucos meses cobrir suas despesas nessas casas bancárias. O que se pode
pensar se não foi com o dinheiro do município que o prefeito pagou suas
dívidas, com que ele cobriu suas despesas”.
Prosseguindo
Walter Marinho disse que segundo comentários na cidade, o prefeito possui em
Belém duas casas residenciais, um apartamento em Brasília, uma fazenda em
Paragominas e recentemente comprou uma das fazendas mais lindas do município de
Oriximiná. Além disso, frisou ele, Raimundo Oliveira quando entrou na
prefeitura apenas possuía 150 cabeças de reses, isto em sociedade, hoje somente
ele possui cerca de 1.000 cabeças de gados em Oriximiná.
Diz o vereador
que se realmente o prefeito possui tudo isto deve ter sido com dinheiro do
município que conseguiu, pois somente da Mineração de Trombetas, entra por mês
para Oriximiná a quantia de 1 milhão a 1 milhão e 500 mil cruzeiros, fora
outras rendas que entram do próprio município. Continuando disse ele, “é difícil sabermos se realmente o prefeito
tem usado verbas do município, pois na Câmara Municipal, nós apenas possuímos
dois vereadores enquanto eles possuem quatro”.
O vereador
denunciou ainda o prefeito de ser corrupto, pois afirmou o edil, Raimundo
Oliveira, no ano de 1977, mandou para Manaus 40 cabeças de gado sem tirar de
Oriximiná a nota fiscal. Naquele Estado o gado foi preso pela Polícia Federal
que abriu o inquérito para apurar o contrabando do gado. O fato foi camuflado,
disse Walter Marinho, mais com a exoneração do funcionário Newton Guimarães de
Noronha e pediu uma nota fiscal com a data atrasada a fim de que pudesse se
defender do contrabando de gado.
Antes de
encerrar suas declarações Walter Marinho, disse que além dessas corrupções e de
outras que o prefeito é suspeito, Raimundo Oliveira também é arbitrário. Frisou
ele, o prefeito possui em sociedade com uma empresa, uma plantação de castanha
localizada no município de Óbidos. De vez em quando o prefeito manda soldados
da polícia que se encontram destacados em Oriximiná, prender extratores de
castanha que estão explorando castanha-do-pará na sua área ou nas áreas
localizadas nas proximidades de sua terra. No passado disse Walter mais de 30 extratores
de castanha foram presos pela polícia, por ordem do prefeito Raimundo de
Oliveira.
Continuando
disse o vereador, uma das mais novas corrupções feitas pelo prefeito foi antes
da eleição do dia 15 de novembro passado, quando ele mandou confeccionar
chapéus com escritos da campanha eleitoral de seu irmão João Augusto e camisas
em comemoração a pré-inauguração do “Estádio Mundinhão”. No dia sete de
setembro disse o vereador quase que todos os estudantes desfilaram de chapéus
com a propagando eleitoral de João Augusto, e no dia da pré-inauguração do
estádio foram distribuídas camisas. Mas, adiantou Walter Marinho, a melhor de
todas, ocorreu quando veio para prefeitura a nota fiscal da confecção dos
chapéus e das camisas. O recibo as chegar nas mãos do prefeito disse ele
Raimundo Oliveira devolveu para a firma em Belém, a fim de que a nota fiscal
dos chapéus fosse colocada uma quantidade de carrada de terra, e na nota fiscal
das camisas fosse colocado uma quantidade de carrada de pedra.
NOTA: Publicado
no Jornal Baixo do Amazonas, de 21 de abril de 1979.
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