terça-feira, 5 de julho de 2016

A noite das fogueiras: uma tradição que se apaga

Vem aí São João, a noite ruidosa e álacre dos foguetórios, dos banhos aromáticos e das tradicionais fogueiras, a cujo deredor se faziam as interessantes “sortes” e se arranjavam parentesco e compadrios...
Hoje, mercê de um dispositivo do Código Municipal, já não teremos, incendidas as portas das habitações, as fogueiras votivas, que eram o encanto da gente pobre, cujo recurso não permitia gastos com as pistolas, as bichas, as rodilhas...

O progresso matou a tradição das fogueiras, e com ela os ajuntamentos bizarros da mocidade alegre, interessada nessas mil brincadeiras da noite joanina.
Foram-se as “passagens” de primos, madrinhas, afilhadas,... Não tardará que a civilização acabe também com os banhos lendários e esses outros ranchos alegres que tanta vida e movimento dão às nossas ruas na festiva noite.


NOTA: Publicado no jornal A Cidade de 20 de junho de 1925.

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