Vem aí São João, a noite ruidosa e álacre dos
foguetórios, dos banhos aromáticos e das tradicionais fogueiras, a cujo deredor
se faziam as interessantes “sortes” e se arranjavam parentesco e compadrios...
Hoje, mercê de um dispositivo do Código Municipal,
já não teremos, incendidas as portas das habitações, as fogueiras votivas, que
eram o encanto da gente pobre, cujo recurso não permitia gastos com as
pistolas, as bichas, as rodilhas...
O progresso matou a tradição das fogueiras, e com
ela os ajuntamentos bizarros da mocidade alegre, interessada nessas mil
brincadeiras da noite joanina.
Foram-se as “passagens” de primos, madrinhas,
afilhadas,... Não tardará que a civilização acabe também com os banhos
lendários e esses outros ranchos alegres que tanta vida e movimento dão às
nossas ruas na festiva noite.
NOTA:
Publicado no jornal A Cidade de 20 de junho de 1925.
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