Por Silvério
Sirotheau Corrêa
Adeus, menina! Segue! Embarca! Parte!
E não tenhas a estúpida ambição
De, lá fora, encontrar quem saiba amar-te
Como eu o soube – de alma e coração!
Longe de mim a ideia de culpar-te
Pelo não teres feito uma exceção:
Porque a mulher é mestra exímia na arte
De enganar, de iludir! – Que profissão! –
Vai! Atende, prestíssima, ao aceno
De uma sorte indecisa e indefinida,
Percorrendo os mais ásperos caminhos!...
Que eu sei sofrer, e muito! Do veneno
Que estou sorvendo me renasce a vida,
– E é me delícia andar por entre espinhos!
NOTA: Poesia
publicada em 1931, com a seguinte dedicatória, feita pelo autor: “A alguém, ora
em viagem”.
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