segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A estrada entre Santarém e o Maranhão - 1838

Corria o ano de 1838. O governador da Província do Grão Pará tentava reorganizar os trabalhos necessários para recompor a segurança e a “ordem pública” recém-abalada pelo movimento da Cabanagem, do qual ainda havia resquícios no rio Tapajós e em alguns outros lugares do Baixo Amazonas. Uma de suas preocupações era justamente a da comunicação.


Em uma Província onde os rios eram as ruas, o então Presidente, Francisco José de Sousa Soares de Andrea, propunha aos deputados da Assembleia Provincial, uma estrada que:

(...) desde Santarém, atravessando os rios Curuá, Xingú, Tocantins, Moju, Acarás grande e pequeno e Capim, até encontrar alguma Vila, ou porto frequentado da Província do Maranhão, e tendo passado sempre os Rios em lugares ainda navegáveis, seria uma empresa que daria vida recíproca a muitos lugares desta Província, e criaria Vilas consideráveis aonde hoje são desertos.

Vê-se assim que o pensamento de se construir estradas para a comunicação e o desenvolvimento da Amazônia, não foi um ideia genial do período da ditadura militar...

Apenas por curiosidade, é desse mesmo governador do Pará, a sugestão de que no Brasil, seria “mais útil produzirem-se anualmente menos homens de Leis [bacharéis em Direito], e mais alguns Professores de primeiras letras e humanidades”.


(Trecho do Livro Santarém: história e curiosidades – volume 01)

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