Corria o ano de 1838. O governador da Província do Grão Pará tentava
reorganizar os trabalhos necessários para recompor a segurança e a “ordem
pública” recém-abalada pelo movimento da Cabanagem, do qual ainda havia
resquícios no rio Tapajós e em alguns outros lugares do Baixo Amazonas. Uma de
suas preocupações era justamente a da comunicação.
Em uma Província onde os rios eram as ruas, o então Presidente,
Francisco José de Sousa Soares de Andrea, propunha aos deputados da Assembleia
Provincial, uma estrada que:
(...) desde Santarém,
atravessando os rios Curuá, Xingú, Tocantins, Moju, Acarás grande e pequeno e
Capim, até encontrar alguma Vila, ou porto frequentado da Província do
Maranhão, e tendo passado sempre os Rios em lugares ainda navegáveis, seria uma
empresa que daria vida recíproca a muitos lugares desta Província, e criaria
Vilas consideráveis aonde hoje são desertos.
Vê-se assim que o pensamento de se construir estradas para a
comunicação e o desenvolvimento da Amazônia, não foi um ideia genial do período
da ditadura militar...
Apenas por curiosidade, é desse mesmo governador do Pará, a sugestão de
que no Brasil, seria “mais útil
produzirem-se anualmente menos homens de Leis [bacharéis em Direito], e mais alguns Professores de primeiras
letras e humanidades”.
(Trecho do
Livro Santarém: história e curiosidades – volume 01)
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