sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Um protesto dos moradores de Paracary – 1888

Os abaixo assinados, fazendeiros e moradores do lago Paracary, sabendo que Senhorinho Marcos Batista continua no propósito de conseguir por compra ao Governo os campos de várzea que marginam o Amazonas, desde a barreira do Cury-cuára correndo águas acima até o marco do Pedro Alexandrino, dentro já do Igarapé de Alenquer, em frente aos campos firmes do mesmo Paracary, e que de tempo imemorial pertencem aos abaixo assinados, onde apascentam os seus gados em todo o tempo da seca, vem por isso protestar contra o dito Senhorinho, ou outro qualquer que pretenda esbulha-los do direito de propriedade que a mais de um século aí possuem.

Protestando, como presentemente fazem, esperam que o dito Senhorinho ou qualquer outro compenetre-se dos seus deveres sociais, não mais intrometendo-se a adquirir maliciosamente o que de direito a outros pertence.
Paracary, 25 de outubro de 1888.
Leopoldo Gervis da Silva Castro.
Matheus Mendes da Paixão.
José Rodrigues Costa Pereira.
A rogo de Antônia dos Anjos da Costa Pereira – José Rodrigues Costa Pereira.
Luiz Rodrigues Pereira da Costa.
José de Oliveira Ramos.
A rogo de Miguel Gonçalves Bastos – José de Oliveira Ramos.
Antônio Campos de Oliveira.
Vicente Marinho de Vasconcelos.
A rogo de Jesuína Thereza Nunes – Vicente Marinho de Vasconcelos.
Luiz Ângelo Marinho.
Laudegário Luiz da Silva.
Felippe de Mello Garcia.
Marcellino Lopes Ferreira.
João de Mello Garcia.
Antônio da Gama Batista.
A rogo de Gertrudes Antônia Batista – Antônio da Gama Batista.
Miguel Ferreira Lemos.
A rogo de José da Gama Batista – Francisco Ferreira Lemos.
José da Silva Pinto.
Antônio Marcellino de Souza.
A rogo de Antônio Bernardino de Oliveira Campos – Hermelindo Campos de Oliveira.
José Victor Gonçalves Campos.


NOTA: Publicado no Jornal Equador de 17 de novembro de 1888.

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