Apesar de a navegação comercial a vapor pelo rio Amazonas ter iniciado
regularmente em 1853, demorou ainda alguns anos para que os vapores singrassem
o rio Tapajós. E a “Guerra do Paraguai” teve uma contribuição importante para
que tal navegação pudesse acontecer.
Em 1867, o Dr. Pedro Leão Vellozo, Presidente da Província do Pará,
sugeriu que se abrisse uma nova linha de navegação a vapor que pudesse ligar
Santarém a Itaituba e de lá abrir comunicação com o Mato Grosso, que, aliás, já
a estaria usando através dos rios Arinos e Tapajós por meio de
"montarias".
A navegação a vapor diminuiria a viagem em alguns dias, aumentando os
benefícios comerciais entre as duas Províncias. Em ofício datado de 1º de abril
de 1867, o gerente da Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas, atestou
ser possível a realização de tal intento. Contudo, somente no orçamento de 1870
foi colocada a subvenção provincial para o estabelecimento da referida linha
entre Itaituba e Santarém, desta vez não somente o comércio com Mato Grosso se
mostrava interessante sob ponto de vista econômico, como também a descoberta de
novos seringais nas margens do Tapajós e seus afluentes (em 1869 desceram pelo
rio Tapajós oito mil arrobas de borracha).
A proposta inicial, de colocar um vapor entre Itaituba e Santarém, para
que de Santarém se fizesse a baldeação, em outro vapor, para a Capital, foi
tentada, mas não efetivada por conta de custos.
E foi assim que em 25 de janeiro de 1872 foi aberta a linha fluvial
regular entre Itaituba e Belém, sendo o vapor “Inca” o primeiro vapor comercial
a singrar regularmente as águas do Tapajós, saindo de Belém com escalas em
Curralinho, Breves, Ituquára, Gurupá, Porto de Moz, Santarém, Boim, Aveiro e
Urucurituba.
(Trecho do
Livro Santarém: história e curiosidades – volume 01)
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