O sucessor de
Dom Amando, Monsenhor Anselmo Pietrulla, procedeu a uma nova reforma que
modificou consideravelmente o aspecto interno do templo. Trata-se da retirada
do piso de assoalho, dos antigos púlpitos e a colocação do piso de mosaicos,
além dos novos bancos para proporcionar maior conforto aos fiéis. Sobre essa
reforma achamos interessante citar o que publicou o jornal “O Mariano” de 25 de
fevereiro de 1942:
Outro trabalho de vulto que vai ser atacado ou já
está sendo atacado é a reforma modelar esboçada por Mons. Anselmo em nosso
principal templo católico. Entre outros, o plano da reforma abrange o
amosaicamento da nave e para cujo serviços já estão encomendados 400 metros
quadrados de finos mosaicos. Para colaborar com a Prelatura, na consecução
deste magno empreendimento, já foi organizada uma comissão angariadora de
auxílio, perante a qual, logo no primeiro dia foram subscritas as seguintes
somas: dr. Climério Mendonça, 200$; Sr. Humberto Frazão, 200$ e Sr. Heráclito
Frazão, 50$.
As obras projetadas mudarão completamente a feição
interior de nossa Catedral, emprestando-lhe outro aspecto mais fascinante e
condigno, mais vistoso e atraente aos olhos dos que desejarem observar do
quanto é capaz a grande visão dos responsáveis pelos destinos da Igreja, entre
nós.
Além das
referidas doações citadas acima, contou o prelado com o apoio incondicional da
Congregação Mariana da Prelazia que em unidade com a Pia União das Filhas de
Maria, além das subscrições tradicionais, usou da arte para arrecadar fundos
para o pagamento dos ditos mosaicos, como podemos ver nesta nota publicada no
jornal O Mariano, de 05 de março de 1943:
Alcançou grande sucesso o drama “A Judia Cristã”,
levado em cena por duas vezes no Teatro Vitória pelo “Grupo Cênico das Filhas
de Maria”, em prol das obras de nossa Igreja Matriz.
Às Filhas de Maria os nossos parabéns por terem
brindado a sociedade santarena, com um espetáculo magnífico e para um fim tão
nobre.
Agora, é o “Grupo Cênico Mariano” que está
preparando um formidável drama sacro para oferecer aos católicos nas noites de
Domingo de Ramos e Sexta-feira da Paixão, e cujo produto da renda será
revertido em benefício das obras da Igreja Matriz”.
Mais adiante,
novas apresentações se fizeram necessárias para angariar recursos, como podemos
ver nesta publicação do “O Mariano” de 28 de junho de 1942:
Com o intuito de ajudar na compra dos mosaicos
para a Igreja Matriz, o “Grupo Cênico Mariano” vai ensaiar duas magníficas
peças religiosas para exibi-las no “Palco São Francisco” por todo o mês de
julho próximo, também o “Côro Mariano” está organizando uma bela “Tertúlia”
para deliciar o povo católico de Santarém e, por esse meio, colaborar para o
embelezamento da nossa Matriz.
O aspecto
interno que muitos santarenos mais antigos tem em sua memória nos dias de hoje,
é justamente o que foi deixado por Dom Anselmo, quando o mesmo deixou a
Prelazia de Santarém, no ano de 1949.
NOTA: Trecho do livro “A Catedral de Santarém”, de
Pe. Sidney Canto, lançado em 2016.
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