Por Pe. Sidney
Augusto Canto
Dias atrás, meu
amigo jornalista-turista-aventureiro Fábio Barbosa, me “bombardeou” com
perguntas sobre a elevação geológica que se encontra na paisagem fronteira à
Vila de Alter do Chão. Na ocasião, não lhe pude responder muito bem, por estar
ausente de Santarém (e também do meu acervo/arquivo pessoal e outras fontes de
pesquisa). Contudo, na primeira oportunidade que tenho, vamos mergulhar um
pouco na história da “Serra Piroca” de Alter do Chão, começando com alguns
relatos antigos sobre a mesma.
Comecemos pelo
padre jesuíta João Daniel que, ao descrever a antiga Missão dos Ibirarib [sic],
renomeada como Alter do Chão, depois da expulsão dos Missionários, tinha “da outra banda, isto é, da parte do norte,
quase fronteiro à vila um eminente pináculo
[grifo meu] muito
alto, onde afirmam alguns que mostras e sinais de ouro”.
Contemporâneo ao
relato de João Daniel, apresentemos outro, feito pelo Bispo do Pará, Dom Frei
João de São José, que assim começa sua descrição: “Na frente desta vila está um monte, que se distingue bem entre outros
na altura, dificultoso de subir e redondo, não tendo em o cume mais do que o
espaço de uma sala ou casa ordinária”.
Por ser, dos
relatos antigos, o mais longo e minucioso que encontramos (apesar de o referido
Bispo ter anotado sua “indisposição” em subir o dito monte), vamos resumi-lo
assim: É a primeira descrição a definir o monte como “CALVO” (isto é muito
importante); nos fala que o sertanista/bandeirante João de Sousa, foi o
primeiro a achar que o dito monte possuía minas de ouro, pelo fato de o mesmo
não possuir plantas (isto também é importante) e apresentar alguns estrondos ou
trovões subterrâneos.
É o citado
Bispo, ainda, que em 1763 nos apresenta o relato de que os jesuítas haviam
colocado já duas cruzes no topo do monte, mas que as mesmas haviam sido
danificadas e destruídas por relâmpagos, não havendo sido levantadas outras
naquele ano.
Outro dado
interessante é o fato de o relato nos apresentar que os indígenas acreditavam
que os “estrondos e trovões” que emanavam do monte era devido o assassinato
ocorrido no monte, onde um homem branco havia assassinado sua esposa para poder
ficar com uma concubina. Contudo, um morador antigo da aldeia, afirmou ao Bispo
que os estrondos ocorriam muito antes do sobredito assassinato. Por fim o Bispo
acreditava que tudo aquilo não passava de imaginação ou fantasia daquele povo
de Alter do Chão.
Outro Bispo do
Pará que também visitou Alter do Chão ainda no século XVIII, foi Dom Frei
Caetano Brandão que, ao descrever a paróquia ou freguesia de Nossa Senhora da
Saúde, assim a descreve: “está situada
sobre um Lago, pouco distante do rio, quase na fralda de uma colina
elevadíssima, por modo de pirâmide, cujo pico parece esconder-se nas nuvens”.
Estava
apresentado ao mundo o acidente geográfico mais significativo da vila de Alter
do Chão. Notemos que, nenhuma descrição antiga apresentada nos fala como era
nomeada a sobredita elevação. Na próxima postagem vamos entrar neste mérito...
NOTA: A
fotografia que ilustra este texto é da “Serra Piroca” no ano de 1983, cedida ao
blog pela senhora Neide Lira. Naquele ano, NÃO HAVIA CRUCIFIXO no alto do
acidente geográfico.
Pdre. Sidney estou deslumbrado com seu blogger. Amo pesquisar sobre a historia de minha terra. Que infeslimente esta se acabando aos poucos com a negligencia tanto de nossos governantes quanto de alguns moradore. Ate algum tempo so tinha uma fonte de pesquisa que e o blogger do dotor ubirajara bentes. E acabei achando o seu... lhe agradeço por nao deixar a historia de santarem ser esquecida pos muitos em que aqui moram nem se quer sabem sobre o lugar onde vivem. Obrigado e nao pare de postar coisas novas heim!!!
ResponderExcluirJa ia esquecendo queria ver um artigo mas detalhado sobre os confederados americanos e sua historia na ciades e seus decendentes.
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