Falar em
Santarém é falar em praias. Embora o progresso as tenha empurrado para bem longe,
elas continuam a ser o complemento indispensável da “Peróla”. É porque nem só
de encontro das águas vive o santareno. Depois do fim da baladadíssima Praia de
Maria José, que cedeu lugar ao aeroporto, surgiu Alter do Chão, Aramanaí, ou
melhor, surgiram todas as outras praias, porque agora é que estamos aprendendo
a usufruir dos benefícios sem par que a natureza coloca em nossas mãos.
Muito embora
essa mesma natureza esteja sendo empurrada para longe da gente, ainda estão
válidos os versos do poeta que nunca viu “praias tão belas, prateadas como
aquelas”. Enfim, tem o verão escaldante nos dias monótonos do árduo trabalho da
semana. Mas aos domingos, bendito verão que Deus nos deu. Ninguém fica em casa,
como as duas morenas das fotos (vide abaixo) que aqui não nasceram, mas são tão
santarenas como todas as morenas de Santarém, hoje uma cidade aberta, onde o
habitante tradicional compartilha com o irmão que chega o orgulho de ser
tapajoara. E não se importa também de dividir com o santareno que vem de longe
os encantos desse por de sol fora de série sobre o mais belo rio do mundo. Os que
nasceram bebendo a água do Tapajós sabem muito bem porque, mas os santarenos de
outras plagas cantam em verso: “Santarém, eu te namoro/ Tenho imenso amor por
ti./ E pergunto porque Deus/ não me fez nascer aqui”.
NOTA: Texto de “Di
Souza” publicado no Jornal do Baixo Amazonas de 17 de setembro de 1978.
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