terça-feira, 16 de outubro de 2018

Artigo: Nunca vi praias tão lindas


Falar em Santarém é falar em praias. Embora o progresso as tenha empurrado para bem longe, elas continuam a ser o complemento indispensável da “Peróla”. É porque nem só de encontro das águas vive o santareno. Depois do fim da baladadíssima Praia de Maria José, que cedeu lugar ao aeroporto, surgiu Alter do Chão, Aramanaí, ou melhor, surgiram todas as outras praias, porque agora é que estamos aprendendo a usufruir dos benefícios sem par que a natureza coloca em nossas mãos.

Muito embora essa mesma natureza esteja sendo empurrada para longe da gente, ainda estão válidos os versos do poeta que nunca viu “praias tão belas, prateadas como aquelas”. Enfim, tem o verão escaldante nos dias monótonos do árduo trabalho da semana. Mas aos domingos, bendito verão que Deus nos deu. Ninguém fica em casa, como as duas morenas das fotos (vide abaixo) que aqui não nasceram, mas são tão santarenas como todas as morenas de Santarém, hoje uma cidade aberta, onde o habitante tradicional compartilha com o irmão que chega o orgulho de ser tapajoara. E não se importa também de dividir com o santareno que vem de longe os encantos desse por de sol fora de série sobre o mais belo rio do mundo. Os que nasceram bebendo a água do Tapajós sabem muito bem porque, mas os santarenos de outras plagas cantam em verso: “Santarém, eu te namoro/ Tenho imenso amor por ti./ E pergunto porque Deus/ não me fez nascer aqui”.


NOTA: Texto de “Di Souza” publicado no Jornal do Baixo Amazonas de 17 de setembro de 1978.

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