quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Os 75 anos da Prelazia de Santarém – 1978


As comemorações das bodas de diamante da Prelazia de Santarém culminaram com uma noite de festa singular, em que brilhou não somente o ardor religioso católico da Pérola do Tapajós como também pela demonstração de cultura local.

Mais de 15 mil pessoas aglomeraram-se na praça Monsenhor José Gregório para assistir à missa concelebrada pela passagem dos 75 anos da mais antiga Prelazia do Brasil instituída em 1903, pelo papa Pio X. O ato religioso foi presidido pelo arcebispo de Belém, dom Alberto Ramos e dele tomaram parte com celebrante titular, da prelazia de Santarém dom Tiago Ryan e os prelados de Óbidos, Mons. Martinho Lammners , de Macapá, dom José Maritano e o presidente da Comissão Episcopal Norte II, dom Angelo Frosi. Ao lado dos bispos, 34 sacerdotes concelebraram o ato litúrgico.
No sermão que fez, dom Alberto teceu rápido histórico da Prelazia de Santarém, relembrando as figuras de dom Frederico Costa, o primeiro prelado, dom Amando Bahlmann, dom Anselmo Pietrulla, dom Floriano Loewenau. Reverenciou a todos e, num gesto de retórica, disse “ter ímpetos de beijar este chão”, diante do pórtico da Catedral da Imaculada Conceição, por onde passaram homens da estatura de Amando Bahlmann e Frederico Costa. Para dom Tiago, tratou-se de uma festa em família, pois segundo sua explicação, a Prelazia de Santarém e filha da Província Eclesiástica de Belém. Por sua vez, as Prelazias de Xingu, cujo titular, Eurico Krautler, não pôde estar presente, por doença, Óbidos e Amapá são filhas da de Santarém, de onde foram sucessivamente desmembradas.
Ao final da missa solene foi feito o lançamento do livro “Alvorecer de uma Igreja”, de autoria de João Santos. O livro (o anuário em edição especial de 75 anos) foi apresentado pelo presidente da Sociedade Cultural e Literária de Santarém, bacharel Carlos Mendonça, que destacou para todos que o ouviam os principais trechos da obra. Outro destaque da noite foi a apresentação da banda de música Professor José Agostinho, sob a regência de Wilde da Fonseca. Finalmente a noite foi encerrada com um recital do coral de Santarém, no interior da catedral, sob a regência do mesmo maestro e tendo ao piano seu irmão Wilson Fonseca. Um vasto repertório de composições de autores da terra foi então apresentado. A festa dos 75 anos de fundação da Prelazia de Santarém transformou-se assim, numa festa de cultura, coisa que a tempos não se via na cidade.

NOTA: Publicado no Jornal do Baixo Amazonas de 01 de outubro de 1978.

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