Por Rui
Guilherme Barata
Ah! O ofício, as
contorções da esfera,
– entre a aurora
e a madrugada!
O litúrgico
olhar abre cortinas,
O anjo
adormeceu, dansa arbitrária
A minha barba de
duzentos anos.
Quem poderá
restituir-me intacto ao mistério
Com o perfume da
rosa não tocada?
Quem senão tu cântaro
e fonte,
Morada, terra e
pátria onde se esconde
A negra cicatriz
que o peito ostenta?
Por isso vivo –
entre a aurora e a madrugada;
Para que salves
ou lances no infortúnio
O litúrgico
olhar que em nova esfera
Apodrece sob um
sol de desespero.
NOTA: Poesia
escrita em Belém e publicada na “Sul: Revista do Círculo de Arte Moderna”, ano
1950, número 12.
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