Qual destemido
batalhador que refeito de forças volve às fileiras do combate, regressou a
Santarém Frei Ambrósio, o incansável disciplinador da mocidade, o sacerdote de
iniciativa a cujos esforços algumas centenas de meninos e de homens devem o que
sabem.
Longos anos de
sua vida útil e trabalhosa deu-nos frei Ambrósio ao desenvolvimento da
instrução entre a infância masculina de nossa terra.
Novo, ainda,
tendo a lhe doirar o espírito o halo invejável da Fé: com a alma envolta na luz
celeste da Bondade e no coração ardoroso o amor ao trabalho, sem
desfalecimentos, com a coragem dos heróis e a dedicação de um pai, assumiu o
bom franciscano o espinhoso encargo de fazer ingressar na senda da virtude, arrancando-a,
também, do tremedal do analfabetismo, uma parte da infância santarense, a parte
mais desprotegida, os pobrezinhos que a míngua de livros e de mestres, se
debatiam nas ténebras da ignorância.
A golpes de
audácia, numa luta titânica, incalculável messe de desgostos e tropeços,
conseguiu criar a banda musical do colégio aloysiano e arregimentar em
associações vários grupos de moços entre os quais destacamos os referidos
aloysianos, os marianos e outros.
Hoje, tendo
embora as primeiras neves a lhe coroarem a fronte, ainda pulsa em seu peito o
mesmo coração magnifico de outrora e brevemente nós o veremos na lida em prol
da nossa juventude.
A volta de frei
Ambrósio a Santarém, é, pois, motivo de regozijo para todos nós, para todos
aqueles a quem a cegueira da intolerância ou a fobia clerical não impede que
pelos olhos da consciência penetre a luz pura da justiça.
A “A Cidade”
envia a frei Ambrósio um grande abraço de boas-vindas.
NOTA: Texto
extraído do jornal “A Cidade” de 15 de setembro de 1928.
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