Há muitos anos
os habitués da nossa Matriz, vem notando que um lado da porta principal
esquerda de entrada na Igreja, mesmo nas grandes solenidades, se conserva
sempre fechado, assim como quem tem saudades de gesto idêntico, que marcou por
longo tempo, o desgosto da Santa Sé pela contenda, felizmente em boa hora
resolvida (e aqui já festejada) com o governo italiano. Mas o caso é outro ao
que sabemos, devido a argucia do nosso cândido Saulo (cá de casa).
A briga
realmente existe, mas com os ferreiros da terra. Tempos atrás, esse nosso
companheiro foi Diretor de uma festividade e, naturalmente, ficou intrigado com
o caso do lado da porta estar fechado, resolveu sondar o porquê e foi feliz.
Verificou então
que o amado frei Bernardino tem razão, o ferrolho da referida porta está sem
cabeça, enferrujado e difícil de manejar.
Daí, todas as
noites, durante a festividade, o nosso Saulo arranjava um meio de suspender o
resto do ferrolho, abrir a porta, deixando o resto do serviço (o de fechar) a
frei Bernardino, que não gostava da brincadeira!
Agora que a mais
antiga pendência católica foi resolvida na Itália, é justo que, amanhã ainda
não, mas no próximo domingo, feitas as pazes com os senhores ferreiros,
tenhamos a satisfação de encontrar abertas, de par em par, as três portas do
nosso augusto templo!
O simpático
amigo MUCUIM, conhecido operário proprietário da oficina de ferreiro da
travessa dos Mártires, um dos especialistas na matéria, sem dúvida tomará a
ombros a mussolinica tarefa de harmonizar as coisas, repondo gratuitamente (p’ra
Deus lhe ajudar) a cabeça que falta ao ferrolho da porta da Igreja. Bravos...
mãos à obra, mestre MUCUIM.
NOTA: Texto
extraído do jornal “A Cidade” de 23 de março de 1929.
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