sábado, 21 de março de 2020

Relação de lideranças cabanas do Baixo Amazonas presas na corveta “Defensora”.


Abaixo transcrevemos um quadro dos cabanos do Baixo Amazonas que foram presos a bordo da corveta “Defensora”, conforme livro de registro da citada corveta, aberto em janeiro de 1840, que hoje faz parte do acervo do Arquivo Público do Estado do Pará. Interessante que, além de paraenses, há nos registros inclusive pessoas de outras Províncias do Império e até mesmo estrangeiros e, ao contrário do que comumente se pensa, muitos brancos, além de indígenas e negros.


Nome do cabano
Dados pessoais
Origem e data de detenção na corveta
Motivo da detenção na Corveta
Destino dado
01. Antonio Joze Francisco Leitaõ, solteiro, sem ofício, 45 anos, tapuia.
Almeirim,
17 de março de 1838
Ser chefe cabano em Almeirim e um dos sublevados da escuna “Guajará” onde assassinaram o comandante da mesma.
Foi incorporado à marinha imperial.
02. Antonio Albano, casado, lavrador, 36 anos, indígena.
Monte Alegre,
09 de setembro de 1839
Foi pronunciado em Monte Alegre por assassinato.
Passou para o Quartel de Artilharia.
03. Antonio Francisco dos Santos, casado, lavrador, 39 anos, indígena.
Óbidos,
09 de setembro de 1839
Foi pronunciado em Óbidos por assassinato.
Passou para o Quartel de Artilharia.
04. Domingos Pereira, casado, lavrador, 35 anos, indígena.
Almeirim,
09 de setembro de 1839
Pronunciado em Gurupá, por ter confessado formar quadrilha de rebeldes que cometeram assassinatos.
Recolhido para o Quartel de Artilharia.
05. Faustino Jozé G. Varella, casado, lavrador, 35 anos, branco.
Monte Alegre,
22 de abril de 1838
Foi pronunciado em Monte Alegre pelo assassinato do capitão Nicollao da Gama Lobo.
Foi recolhido à cadeia pública da cidade do Pará.
06. Francisco Domingos Maciel, casado, lavrador, 52 anos, mameluco.
Vila de Tapajós (Santarém),
09 de setembro de 1839
Pronunciado em Santarém por ter evadido da cadeia e cometido assassinatos na entrada da dita Vila.
Foi incorporado ao Arsenal da Marinha Imperial.
07. João Caetano Viana, Solteiro, solteiro, soldado, 28 anos, branco.
Vila de Tapajós (Santarém),
10 de junho de 1838
Pronunciado em Santarém por assassinato.
Foi recolhido ao Arsenal da Marinha Imperial.
08. João Baptista de Oliveira, casado, lavrador, 34 anos, branco.
Monte Alegre,
17 de março de 1838
Foi pronunciado em Monte Alegre pelo assassinato do capitão Nicollao da Gama Lobo.
Foi recolhido ao Arsenal da Marinha Imperial.
09. Jozé Adão de Meireles, casado, lavrador, 57 anos, tapuia.
Monte Alegre,
17 de março de 1838
Foi pronunciado em Monte Alegre pelo assassinato do capitão Nicollao da Gama Lobo.
Foi recolhido ao Arsenal da Marinha Imperial.
João da Gama de Vasconcelos, solteiro, carpinteiro, 26 anos, indígena.
Faro,
18 de abril de 1839
Foi pronunciado em Faro como assassino.
Foi recolhido ao Arsenal da Marinha Imperial.
Jozé Antonio Christovão, viúvo, lavrador, 35 anos, indígena.
Monte Alegre,
09 de setembro de 1839
Foi pronunciado em Monte Alegre por acompanhar as quadrinhas dos rebeldes e cometer assassinatos.
Foi recolhido ao Quartel de Artilharia.
Jozé Evaristo, casado, lavrador, 40 anos, indígena.
Vila Franca,
06 de novembro de 1839
Não há registro.
Faleceu em 11 de janeiro de 1840.
Lourenço Xavier de Castro, casado, lavrador, 39 anos, mameluco.
Vila de Tapajós
(Santarém),
 31 de maio de 1839
Pronunciado em Santarém como rebelde, foi enviado preso para Macapá, onde promoveu rebelião e fugiu da prisão. Sendo novamente preso.
Sai da corveta doente. Foi encaminhado ao hospital, donde não há mais registro.
Modesto Jozé, solteiro, lavrador, 27 anos, branco.
Monte Alegre,
17 de março de 1838
Foi pronunciado em Monte Alegre pelo assassinato do capitão Nicollao da Gama Lobo.
Foi recolhido ao Arsenal da Marinha Imperial.
Pedro Henriques, viúvo, lavrador, 35 anos, cafuzo.
Monte Alegre,
09 de setembro de 1839
Foi acusado de assassinato.
Foi recolhido ao Arsenal da Marinha Imperial.



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