Saída da Matriz,
após a novena, Mademoiselle procurava, tão preocupada, a criatura dos seus
meigos olhos...
A “Sinphonia
Franciscana”, nesse momento, ataca o sensacional sambinha “Meu Periquito” e
mlle. ansiosa por encontrar aquilo que procurava, suspirou tristonha e
abancou-se para melhor sentir o amargor de uma ausência dolorosa...
Passa uma
sirigaita conhecida de mlle. e, ao reconhece-la, senta-se ao seu lado a indagar
o motivo de tanta tristeza em uma noite tão cheia de encantos: música, flores,
almofadinhas e melindrosas a gozarem docemente o prazer da vida...
Ei-lo que passa!
Oh! Santo Deus! O coração de quem muito sofre, se transforma rapidamente! E
mlle. que momentos antes era toda tristeza, agora treme de júbilo e ninguém
mais do que ela sente a verdadeira sensação do amor...
O marmanjo, que
demonstra estar “liso” que só o “poxa-poxa” da “Mãe do Campo”, suspira, geme e
anda quase a chorar, temendo que a pequena se lembre de pedir uma cervejinha
gelada do Idalécio, ou um saboroso chocolate do amável professor Carvalho. Que
enrascação, meu Deus! E ainda querem fazer fitas nestes tempos tão bicudos em
que o comerciante, coitado, contempla num sorriso de defunto, os janotas perfumados,
chics a passearem no arraial, ao lado de suas melindrosas, e a conta a gemer no
borrador, sem esperanças de liquidação.
E tudo é assim!
O mundo é dos mais espertos. Que ninguém esmoreça! Passemos bem; usemos a
melhor roupa; e quem for tolo que se lixe!...
NOTA: Publicado
no jornal A Cidade de 11 de dezembro de 1926. O autor utilizou o pseudônimo de
“Zé Minhoca”.
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