terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Uma descrição do rio Tapajós em 1863


Tapajós. Rio igual em grandesa ao Tocantins, desce das cordilheiras dos Parecis no rumo de S. O. a N. E., atravessando terras montanhosas, formando grandes cachoeiras, e terminando seu curso com uma largura consideravel. E' habitado na parte superior pelos indios Apiacás e outros; na media pela guerreira e industriosa tribu dos Mundurucús, e pelos Mauès na margem esquerda, na parte inferior n'uma extensaõ de 50 leguas.
Saõ suas margens povoadas por gente civilisada, encontrando-se n'ellas as povoações seguintes: Villa de Itaituba, Aveiros, Boim, Alter do Chaõ, Villa Franca e cidade de Santarem. Este rio é o mais rico e mais poderoso de todos, quanto aos productos naturaes, abundando extraordinariamente em suas margens a borracha, tabaco, salsa, guaraná, castanhas, breu, estopa, cumarú, e outros muitos productos.

A sua navegaçaõ é completamente livre de embaraços para vapores até uma distancia de 60 leguas de sua barra, isto é, até as primeiras cachoeiras, além da qual encontraõ-se muitas vezes extensas secções, navegaveis igualmente até entrar-se em pleno domillio das montanhas.

NOTA: Texto extraído do Relatório do Presidente da Província do Pará, dr. Francisco Carlos de Araújo Brusque, em 01 de novembro de 1863.

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