sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Sobre águas minerais no Baixo Amazonas e Tapajós – 1943


As mais conhecidas águas verdadeiramente minerais da bacia amazônica são as termo sulfurosas de Monte Alegre, no Baixo Amazonas. Essas fontes se grupam em meridionais e setentrionais e se acham a 12 km a oeste da cidade de Monte Alegre, na chapada de terrenos devonianos coberta de campos naturais e cercada pelas serras de Ereré, Aroxí, Marixá, Santa Helena e Itauajurí. Brotam com a temperatura de 37° a 38° C, cerca de 10° a 15° C mais quentes do que as águas superficiais da região.

As fontes setentrionais estão à beira da estrada de Monte Alegre para o Centro Agrícola Inglês de Souza, à margem esquerda do rio Cachoeira. São fontes sulforosas aconselhadas para o tratamento de moléstias de pele.
Nas proximidades de Óbidos, Pará, no rio Tucandeiro existe uma fonte sulfatada e cloretada.
Merecem especial menção as fontes oriundas de sondagens executadas pelo Governo Federal, para petróleo em Itaituba e Bom Jardim, margem esquerda do Tapajós, Pará, e para carvão em Campina, margem direita do Parauarí, Amazonas. Nas primeiras, as águas saem das camadas devonianas, nas profundidades entre 290 e 300 metros, e na de Campina escoa das camadas da base do carbonífero, a 234 metros de profundidade. A sondagem de Itaituba dá uma vazão de 137 litros por minuto, à 37° C. As sondagens de Bom Jardim, que inicialmente deram grandes vazões, estão hoje praticamente secas.
A sondagem de Campina, na bacia do Maués (Parauarí), apresenta uma fonte com 144 litros por minuto.

NOTA: Publicado na revista O Observador Econômico e Financeiro, edição 089, ano 1943.


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