Pe. Sidney
Augusto Canto
Ano passado, ao
escrever o texto, “O homem que colocou o “Ç” no Sairé”, fui bombardeado de
elogios e críticas. Bem, para responder a uma delas, fui atrás e pesquisei
sobre esta palavra que, hoje, em nossa região, remete a uma tradição cultural
que remonta ao período da catequese dos indígenas. Mas, você sabia que, no
decorrer da história, esta palavra teve outros empregos e significados? Vejamos
aqui alguns dos mais curiosos:
ACIDENTE
GEOGRÁFICO: No século XIX, mais especificamente em 1867, quem andasse pelo
município paulista de Iguape, podia visitar um morro, pelas bandas do Ribeira,
que tinha o sugestivo nome de Sairé.
SOBRENOME: Na
França, em 1871, um famoso aventureiro e ladrão de nome Júlio Alberto Hurel,
teve como amante uma mulher de nome Maria Sairé (isso mesmo, Sairé), que lhe
convenceu se vestir um galante uniforme para fingir ser um oficial do exército
francês.
EMBARCAÇÃO: Se
você morasse no Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX, mais precisamente
pelos anos 1873 e fizesse uma rápida visita ao porto da cidade, poderia visitar
e, quem sabe, até mesmo navegar na embarcação francesa “Val de Saire”, usada
nas transações do comércio marítimo da época. Entre os produtos mais
transportados pela dita embarcação destacavam-se: couros salgados e chifres.
CIDADE: No Estado de Pernambuco, quem quiser chupar uma boa laranja, tem que ir até a cidade de Sairé (cujo brasão ilustra esta postagem). A capital da laranja pernambucana possuí até uma PARÓQUIA que, antigamente, mantinha o significativo título de São Miguel Arcanjo de Sairé.
CIDADE: No Estado de Pernambuco, quem quiser chupar uma boa laranja, tem que ir até a cidade de Sairé (cujo brasão ilustra esta postagem). A capital da laranja pernambucana possuí até uma PARÓQUIA que, antigamente, mantinha o significativo título de São Miguel Arcanjo de Sairé.
Em todas elas a
grafia original está com “S”. Em tempos de debate sobre a grafia, é importante
que possamos ampliar a compreensão do termo usado, não somente para a festa,
mas também para diversas outras finalidades, seja na França, seja no Brasil,
seja na Amazônia.
Por fim,
originalmente, em sua PRIMEIRA reflexão sobre a origem da palavra, o próprio
Barbosa Rodrigues (o botânico que colocou o “Ç” no Sairé), vinha da palavra
francesa SOIRÉE, reunião ou festa social noturna, mas abandonou essa reflexão
para tentar enquadrá-la dentro do tupi, acabando por criar o termo “Çairé”, até
então, inexistente.
Santarém, 01 de
setembro de 2017.
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