Abaixo
publicamos a informação prestada pelo dr. Juiz Substituto da Comarca de Monte Alegre,
Climério Jacyntho de Sampaio, sobre os fatos praticados pelo promotor público dessa
comarca segundo a cópia que nos foi entregue por um amigo da atual situação, o
que significa autenticidade.
Cópia.
Exmo. Dr.
Desembargador João H. de Oliveira, DD. Procurador Geral do Estado. Respondendo
ao ofício de V. Exa. datado de 9 do p.p. e só hoje recebido de torna-viagem da
Capital.
Tendo-me
retirado da cidade de Monte Alegre desde 1º de março para vir, por força do
art. 4º § único da Lei
Judiciária de 14 de Janeiro deste ano, fixar a minha residência neste 2º Distrito
Judiciário da Comarca, não posso por certo informar a V. exa. nada de que me
pede de visu, mas apenas de ouvir dizer é que vou fazer:
O Promotor Público
Manoel Bahia Sosinho, de quem V. Exa. pede informações, me contou em plena audiência
nesta Vila, quando aqui veio como Dr. Juiz de Direito para os trabalhos do
Jury, que realmente tinha uma menor órfã, mas que não tinha sido o seu
deflorador, isto em presença do Intendente Cesário da Silva Figueiredo e de meu
escrivão. Disse também que tinha em sentido casar-se com a mesma menor.
Não querendo ser eco da voz de ninguém, contudo tenho ouvido dizer por pessoas
que privam com aquele funcionário que este é pouco discreto na sua vida, talvez
tendo por causa a sua pouca idade. São estas as informações que posso dar
porque como já disse, não residindo na sede da Comarca pouca privança tenho com
o cidadão Bahia Sosinho e se dou estas informações é porque devo ser verdadeiro
para com os meus superiores que depositam em mim a sua distinta confiança e portanto
só tenho em mira o dever e a justiça.
(Assignado) Climério
Jacyntho de Sampaio.
NOTA: Publicado
no jornal Correio Paraense, edição 095, de 1892.
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