sábado, 3 de fevereiro de 2018

Momento Poético: Soneto Carnaval

Por Benedicto Belém

Febre. Pleno reinado da Folia.
Deus Momo anda nas asas da Loucura!
A insânia atroz no seu olhar fulgura,
E toda a humanidade tripudia.

Do senso a caricata compostura
É relegada ao canto neste dia...
Nem se compreende a rígida figura
A sombrear os domínios da Alegria.

Atrôa o espaço rugidora grita!
Brouhahá infernal nos capacita
Que a humanidade ensandeceu de vez.

Penso comigo, entanto, ó Carnaval,
No que tu representas afinal:
– A válvula da humana insensatez.

NOTA: Poesia escrita em Santarém no ano de 1932.


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