Em cumprimento
da missão que lhe foi confiada pelo Governo Federal, de estudar as
possibilidades do nosso porto, muito interesse demonstrou o ilustre engenheiro,
dr. Mário Parijós, que entre nós há pouco esteve, por que nossa urbe seja
dotada dum melhoramento portuário correlativo ao seu crescente progresso
comercial e marítimo.
Assim, após
fazer os necessários estudos inerentes ao que se projeta em benefício do nosso
porto, o dr. Parijós levantou a planta da cidade, colheu importantes dados
estatísticos, tudo fez, enfim, no sentido de aparelhar documentação com que se
possa pleitear, junto ao Governo Central, o melhoramento em evidência.
Somos dos que
não perderam ainda a esperança de ver Santarém dotada de um porto que sirva a
corresponder às suas palpáveis necessidades, e eis porque achamos oportuno o
ensejo de, aliando todo o nosso patriótico esforço à boa vontade daquele
estimado engenheiro patrício, amparar e defender sem tergiversações, a valiosa
ideia para a consecução do inestimável empreendimento por todos aspirado.
Se, por motivos
independentes de nossa vontade, não é viável, por ora a construção de um cais
que orle o nosso amplo e belo porto, o que exigiria fabulosos dispêndios de
numerários – pugnemo-nos, ao menos, para que se torne realidade a edificação de
um trapiche moderno, com capacidade de atender ao nosso movimento portuário,
sem dúvida já é apreciável sob todos os pontos de vista.
A oportunidade
que se nos oferece é das melhores, acrescendo levar em conta o interesse que,
pela magna causa, demonstrou o dr. Mário Parijós. Juntemos, pois, a nossa
decidida ação à do distinto engenheiro, para que nossa terra atinja mais um
degrau de progresso nesta memorável hora de engrandecimento em todo o nosso
Estado.
Cabe transcrever
aqui as impressões que o dr. Mário Parijós exarou no livro de visitas da
Prefeitura, por onde se constata haver o ilustre engenheiro salientado as
possibilidades de nossa terra para surtos progressistas:
Em novembro de 1934, estive nesta cidade
para examinar, de ordem do governo federal, a situação do porto de Santarém, sob
seus vários aspectos. Congratulo-me com meus patrícios pelas condições ou
possibilidades oferecidas por sua futurosa cidade tapajônica, quer quanto ao
seu porto, quer ao que diz respeito à sua localização no vale amazônico.
Um plano urbanístico que envolvesse o
desmonte do morro da fortaleza, para traçado de um grande parque, aproveitando,
ao demais, o aterro resultante para a construção de uma larga avenida Rio-Mar,
que corresse ao longo de seu porto, concorreria para aereamento da parte
central da cidade, bem como o aformoseamento da fisionomia litorânea da sala de
visita do Amazonas paraense.
NOTA: Publicado
no Jornal de Santarém de 17 de novembro de 1934.
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