Por Pe. Sidney Augusto Canto
01. Sobre a defesa da Vila em tempos conturbados...
Em 1823, a
Câmara da Vila de Alenquer, por meio de uma “Representação”, solicita à Junta
Provisória do Governo da Província que se crie na dita um Corpo de Milícias
para promover a futura segurança de seus moradores. Em 27 de maio daquele ano,
a Junta do Governo do Grão-Pará, autoriza a Câmara de Alenquer a formar uma
“Companhia de Voluntários Civis Nacional”, composta principalmente de moradores
voluntários da Vila ou por todos que por impulso patriótico quisessem concorrer
a este serviço.
02. A proclamação da Liberdade dos Escravos...
No dia 28 de
março de 1824, por volta do meio dia, os revolucionários que haviam tomado a
Vila de Monte Alegre, tomam, sem derramamento de sangue, a Vila de Alenquer (parece
que o Corpo de Milícias autorizado no ano anterior não funcionou). Foi nesta
data e nesta Vila de Alenquer que os revolucionários nativos, vindo de Monte
Alegre, proclamaram a LIBERTAÇÃO DE TODOS OS ESCRAVOS NEGROS.
03. Uma extinção não muito querida...
Em 1833 a Vila
de Alenquer foi extinta pelo governo da Província e seu território foi anexado
à Vila de Santarém. Tal fato fez com que a Câmara apresentasse uma
representação no dia 03 de julho daquele ano, pedindo que lhe fosse mantido o
título e condição de Vila. No entanto, em 05 de novembro do mesmo ano, o
Presidente da Província manda que o Juiz de Paz de Alenquer dê ciência aos
membros da extinta Câmara da Vila, que o Conselho do Governo, em sessão do dia
29 de outubro p. p., decidiu não atender à representação do dia 03 de julho por
“não haver necessidade de manter a Vila
que não tinha pessoal idôneo para os cargos públicos”.
04. O roubo do Tesouro Municipal de Alenquer...
Corria o ano de
1854... A Casa da Câmara de Alenquer foi arrombada. Do cofre do Tesouro
Municipal foi levada a quantia de 121$240 (cento e vinte e um mil e duzentos e
quarenta réis). O promotor público de Santarém foi designado a 18 de novembro
para apurar, descobrir, processar e punir os autores desse assalto. Não há
notícias se o promotor conseguiu este intento.
05. Escravos recuperados tinham que ser cristãos...
Em 1876, o
delegado de polícia de Alenquer, Luiz de Oliveira Martins, prendeu 135 negros
(entre adultos, mulheres e crianças) no Quilombo do rio Curuá, distrito de
Alenquer. Fez isso sem emprego de força pública. Dos 135 escravos recapturados,
115 foram batizados nos dias 21 e 22 de março de 1876, antes de serem
encaminhados para a Capital da Província, a bordo do vapor “Óbidos”.
06. Conflito entre o Juiz Municipal e o Vigário...
Em fins de 1888,
o juiz municipal de Alenquer pronunciou o vigário da paróquia de Santo Antônio,
padre Joaquim Magno da Silveira e o acusou de ter “estuprado uma rapariga”. Ao
tentar prender o padre o povo se revoltou e o defendeu da prisão. Na confusão,
tiros foram dados, ao menos uma pessoa morreu e o juiz teve que fugir para
Santarém. A acusação de estupro partiu de inimigos políticos do padre. O
processo acabou arquivado e cada um, juiz e padre, seguiram seus caminhos.
07. Antigas noites teatrais em Alenquer...
Na noite do dia
27 de setembro de 1890, Alenquer viu acontecer a primeira apresentação da
Empresa Teatral de Marvão & Cardoso, fundada na cidade alguns dias antes.
Os atores, apesar das dificuldades, conseguiram desempenhar satisfatoriamente
os seus papéis, arrancando aplausos e o respeito do povo alenquerense.
08. Colocando trilhos no Trapiche Municipal...
Em 1895, o
Conselho Municipal de Alenquer deliberou abrir concorrência para o fornecimento
e colocação de trilhos “Decauville” na ponte e trapiche da cidade, bem como
para a aquisição de vagonetes para transporte de cargas e de um guindaste para
facilitar a retirada e colocação das mesmas.
09. A enchente e o pedido de um hospital...
Por ocasião da
“grande enchente” de 1918, o Intendente Municipal de Alenquer, Francisco Bentes
Monteiro, apela ao Governo do Estado que construa um Hospital para os doentes,
pois muitos deles morrem, não somente pela falta de médico e remédios, como
também a de um hospital onde possam ter higiene no tratamento e na alimentação.
10. Uma entidade católica que marcou era em
Alenquer...
No dia 27 de
outubro de 1934, aproveitando uma visita dos Congregados Marianos de Santarém,
era fundada, em Alenquer, a Congregação Mariana, que tinha como Diretor
Espiritual a pessoa do religioso franciscano Frei Luiz Wandt e que arregimentou
a juventude e os homens locais para atividades religiosas e sociais da Igreja
Católica em Alenquer.
Fontes: Acervo
pessoal do autor, acervo ICBS e acervo da Biblioteca Nacional.
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