domingo, 4 de fevereiro de 2018

Momento Poético: Soneto Pierrot

Por Benedicto Belém

De rua em rua, triste, amargurado,
Todo de branco a manchas multicores,
Num passo incerto, como embriagado,
Pierrot em vão procura os seus amores.

Colombina, onde estás? Que incerto fado
Segues sempre? Porque mais dissabores
Queres trazer ao teu ludibriado
Amante, que há de ir aonde tu fores?

E rir-se a turbamulta escarnecendo,
E a galhofa soez vai num CRESCENDO,
Sem compreender aquela dor insana.

E rosto enfarinhado, olhos congestos,
Eis aqui, com os teus convulsos gestos,
És a figura da fraqueza humana.

NOTA: Poesia escrita em Santarém no ano de 1932.


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