Ampliando a
notícia que ontem publicamos, sobre o desfalque de 4:678$000 (quatro contos,
seiscentos e setenta e oito mil réis), verificado na Agência Postal de
Santarém, a cargo do sr. Sebastião Valladares de Carvalho, podemos informar ao
público que o 2º Oficial, dr. Alvaro Norat, em comissão junto àquele
departamento, agiu eficazmente, de modo a acautelar os interesses da Fazenda
Nacional.
Em telegrama de
09 de outubro, ontem recebido pelo dr. Virgílio Cardoso, administrador dos
Correios, aquele funcionário comunicou que o sequestro do único imóvel que
possuía o agente peculatário traria complicações, à vista de se achar hipotecado
a terceiro.
À vista disso, o
dr. Norat procurou, por meios suasórios, convencer o agente a fazer a entrega
do imóvel livremente à Fazenda, o que foi conseguido, desde que o credor
hipotecário não relutou em abrir mão do direito que lhe assistia sobre o mesmo.
Ficou, assim,
combinado, lavrar-se a respectiva escritura de transmissão de propriedade do
imóvel que, desde então seria incorporado ao patrimônio da União.
Logo que recebeu
o despacho aludido, o dr. Virgílio Cardoso conferenciou com os doutores Manoel
Madruga e José de Serpa, delegado e procurador fiscal da Fazenda,
respectivamente, sobre o processo de incorporação.
Ressarcido,
assim, o prejuízo causado à Fazenda, porquanto, além do imóvel referido, o sr.
Sebastião Valadares tem caucionada como garantia de sua fiança na Delegacia,
uma caderneta da Caixa Econômica com 1:800$000, o sr. Administrador dos
Correios julgou não ter mais lugar a prisão do agente peculatário, cuja
demissão foi logo proposta em telegrama ao Diretor Geral dos Correios.
O dr. Virgílio
Cardoso pensa em pedir ao Governo o prédio ora incorporado ao patrimônio
nacional, para nele funcionar a Agência Postal de Santarém.
NOTA: Publicado
no jornal Estado do Pará de 11 de outubro de 1918.
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