Felisbelo Jaguar Sussuarana
Nas
campinas do Azul Maravilhoso
Onde
o rebanho das estrelas pasta;
Na
formosa savana, eterna e vasta
Onde
a lua é zagal mui cuidadoso;
A
nuvem – visionário tristuroso,
Entre
pompas de luz, leve, se arrasta
E
foge, e foge como virgem casta
A
fugir d’atra mão de homem maldoso.
E
foge, e foge doidamente, à toa,
Como
ave que, ferida, ainda voa,
E
em chuva se desfaz, se esvai em chuva.
A
esperança assim do pobre peito às vezes
Foge,
e ao fugir se esvai entre os revezes
Da
sorte, só deixando a alma viúva...
NOTA: Poesia escrita usando o
pseudônimo “Flávio Tapajós”, datada em Belém, dezembro de 1912.
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