quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Momento Poético: ROSAS...

Sylvio Raphael

Rosas purpúreas, rosas cor de lacre,
Rosas que habitam castos seis virgens;
Pétalas rubras cujo incenso álacre
Gera quebrantos, sensações, vertigens...

Eu vos venero, delicadas flores,
Que sois da vida o mais mimoso adorno;
E, vos sorvendo, os mágicos odores,
Gratas lembranças me acordais, entorno.


O próprio sol, sanguíneo, quando avisto,
Alto, pairando sobre a humanidade,
Julgo-o uma imensa rosa “monte-Cristo”,
Desabrochando para a mocidade...

Quando eu morrer, por derradeiro preito,
Vinde orvalhar-me de perfume, oh! Rosas!
Que mesmo assim, no meu funéreo leito,
Hei de sentir-vos, pétalas cheirosas!

Todo inundado da fragrância pura
Dessas sanguíneas folhas preciosas,
Quero, em caminho para a sepultura,
Ir flutuando sobre um mar de rosas...


NOTA: A poesia acima foi escrita pelo autor na cidade de Santarém, Pará, em junho de 1918.

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