Sylvio Raphael
Rosas purpúreas, rosas cor de lacre,
Rosas que habitam castos seis virgens;
Pétalas rubras cujo incenso álacre
Gera quebrantos, sensações, vertigens...
Eu vos venero, delicadas flores,
Que sois da vida o mais mimoso adorno;
E, vos sorvendo, os mágicos odores,
Gratas lembranças me acordais, entorno.
O próprio sol, sanguíneo, quando avisto,
Alto, pairando sobre a humanidade,
Julgo-o uma imensa rosa “monte-Cristo”,
Desabrochando para a mocidade...
Quando eu morrer, por derradeiro preito,
Vinde orvalhar-me de perfume, oh! Rosas!
Que mesmo assim, no meu funéreo leito,
Hei de sentir-vos, pétalas cheirosas!
Todo inundado da fragrância pura
Dessas sanguíneas folhas preciosas,
Quero, em caminho para a sepultura,
Ir flutuando sobre um mar de rosas...
NOTA: A
poesia acima foi escrita pelo autor na cidade de Santarém, Pará, em junho de
1918.
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