Eram 11 e ½ da manhã de 23, quando a “Aída”,
conduzindo os representantes da Assembleia Santarense, rumou para Alenquer.
Com excelente viagem aportamos às 5 da tarde, na
bela princesa do Itacarará, onde aquela mocidade alegre nos aguardava ansiosa.
Festivamente recebidos, após os cumprimentos de
boas vindas, fomos conduzidos ao palacete do dr. Luiz de Freitas, onde nos foi
servido farto jantar por distintas senhoras da Assembleia Feminina, ao som do
nosso afinado Jazz, sob a regência do
festejado maestro José Agostinho.
Às 8 horas da noite, dirigimo-nos para a sede da
União Esportiva, gentilmente cedida à Assembleia Feminina, para a sua festa
inaugural.
O palacete, feericamente iluminado, apresentava um
aspecto atraente.
Presentes todos os convivas, a distinta senhorinha
Carolina Silva, convida o senhor Gregoriano Queiroz, presidente da Assembleia
Santarense, para presidir o ato; Coronel Costa Homem, intendente municipal,
para fazer parte da mesa, e o sr. Manoel Monteiro, para secretariar os trabalhos.
Uma vez empossada a diretoria, usa da palavra a
oradora oficial da Assembleia Feminina, senhorinha Maria de Lourdes Coutinho de
Lima, lendo vibrante discurso dizendo dos fins da sociedade e terminando por
saudar a Assembleia Santarense.
A inteligente senhorinha Carolina Silva, num feliz
improviso saúda a Assembleia de Santarém apresentando beijos à Mulher
santarense.
Falou, a seguir, o nosso orador oficial, dr.
Borges Leal, saudando a diretoria da Assembleia Feminina e dizendo que outro
não é o nosso desejo senão procurar estreitar mais e mais os laços de amizade
entre os dois prósperos municípios vizinhos e que os filhos de Santarém,
representados pela Assembleia, se associavam em júbilo pelo progresso de
Alenquer.
Oraram ainda, a professora Senhorinha Franco, oradora
da legião Alvi-Azul, e o senhor Joaquim Collares, respondendo à senhorita
Carolina Silva.
Encerrada a sessão, deu-se início à parte
dançante, que decorreu animadíssimo até às 4 e ½ da manhã, quando volvemos para
bordo, profundamente sensibilizados pela fidalguia e distinção do trato a nós
dispensado.
Às 5 e ½ a “Aída” singrava o Itacarará, de onde
expressamos os nossos últimos adeuses com o coração repleto de saudade.
NOTA:
Publicada no jornal A Cidade, de 29 de maio de 1926.
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