Não nos podemos furtar a um comentário justo e
sincero sobre o “Divino Martyrio”, da autoria de Flavio Tapajós (Felisbelo
Sussuarana) e desempenho de um grupo de meninas de nossa sociedade.
Ansiosos por presenciar a exibição dessa peça,
estivemos domingo último no Theatro Victoria, quando se anunciou ser este o
último dia em que a mesma iria à cena.
E ante o que ali vimos, capaz de satisfazer os
mais exigentes no assunto, não podemos silenciar a nossa admiração nos pequenos
protagonistas daquele drama, que muito bem se houveram no desempenho dos papeis
que lhes foram confiados.
Logo à primeira cena, colhemos a melhor impressão
possível.
Laire Campos, bem interpretando o seu papel de
Jesus Cristo. Não poderia ter sido melhor a escolha.
Ignezilla Corrêa, em todos os seus papeis saiu-se
a contento, sendo de justiça que se diga ser, de todas, a que possui a melhor voz,
o que aliás não é a primeira vez que presenciamos.
Nélia Toscano, Adahyl Fonseca, Gersonita Gentil,
Rosalina Cardoso e todas as demais, também estiveram irrepreensíveis.
Na cena dos bailados, muito bem organizada, todas
as que nela tomaram parte, alindo à graça o ritmo da dança, corresponderam em
toda a linha à expectativa das plateias atenciosas e conscienciosas.
E, para coroar o êxito desses bailados, ali estava
a linda e pequenina Glória Pampolha que, com uma graça inimitável, arrancou
sinceros e francos aplausos da assistência, todas as vezes em que surgiu em
palco.
E assim, não podemos encerrar esta justa apreciação
que nos propusemos fazer, sem externarmos aqui as nossas felicitações a Flávio
Tapajós, o autor da festejada peça e ao maestro José Agostinho, o organizador
da parte musical, que reputamos muito bem composta.
NOTA:
Publicado no Jornal de Santarém de 22 de abril de 1933.
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