Foi designado o dia 15 de dezembro vindouro para a
inauguração da 1ª sessão do júri do novo Termo de Alenquer. O primeiro processo
que ali vai ser julgado é o de que são réus João Soares de Oliveira por antonomásia
– João Redondo – e o preto Gaspar Felipe Landegário, pronunciados por crime de
furto, por terem apropriado de dinheiro em ouro que estava enterrado em matas
pertencentes à Fazenda Nacional.
É, como o leitor vai ver, uma curiosa história a
que deu causa a este processo:
Gaspar, descobrindo um tesouro que jazia enterrado
nas imediações da Vila de Alenquer, fez deste tesouro seu coparticipante a João
Soares, o qual em uma noite, às 10 horas, acompanhado de Gaspar, foi busca-lo e
conservou sob sua guarda, dando a Gaspar algum dinheiro em moeda papel em conta
da parte que devia caber a este sócio, declarando que a soma encontrada era
calculada em cinco contos de réis, em ouro.
Passado tempo, cerca de dois anos, Gaspar, preso
na cadeia de Alenquer, exige de João Soares a sua parte, que este nega.
Levado o fato perto do subdelegado de polícia, foi
procedido ao inquérito e no juízo municipal respectivo o processo do qual
resultou a pronúncia de ambos, visto haverem testemunhas que viram João Soares
e o preto Gaspar conduzindo o saco com dinheiro e guardarem-no em a casa onde
João Soares morava.
NOTA:
Publicado no jornal Diário do Maranhã de 22 de novembro de 1874.
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