Potó e o maestro “Zé Agostinho”
Potó, o do “Firmeza”,
é zeloso por tudo quanto diz respeito ao seu botequim. Abespinha-se logo se
alguém risca uma das mesas, as paredes do prédio, o pano verde do bilhar, etc.
Uma sobretarde,
à hora costumeira do aperitivo para o jantar e após haver-se jogado uma partida
de bilhar, foi o nosso herói fazer a limpeza do referido e ao verificar nele
garatujas, caretas, notas musicais, feitas a giz, entesou logo e bradou:
– Eu logo vi!
Esta obra não é doutro, senão do Zé Agostinho.
O indigitado
autor das garabulhas imediatamente respondeu, zangado:
– Sim! Porque eu
sou músico, você diz que foi eu. Pois eu queria ver se, achando você na rua um
bolo de dinheiro enrolado em papel de música, vinha entregar-me dizendo que era
meu...
O Potó fez que
não ouviu.
Sobre a idade dos cigarros...
Quando Mister
Geraldo era proprietário de um dos botequins locais, foi o Joaquim Cardoso ao
seu estabelecimento para comprar cigarros.
Feita a compra e
examinado a mercadoria, falou o comprador:
– Estes
cigarros, parece que são velhos.
Mister Geraldo, com
aquela sua reconhecida fleguma [sic], tirou a piteira da boca, concertou a
garganta e retorquiu:
– Homem, eu não
sei lhe dizer, porque não tenho certidão de idade...
O Joaquim não
ouviu o resto.
NOTA: Texto
extraído do jornal “A Cidade”, de 07 de junho de 1924.
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