terça-feira, 9 de junho de 2020

A Colônia de Pescadores e o preço do pescado em 1930


Já tivemos ocasião de registrar um fato que estava reclamando seria intervenção em benefício da coletividade: a alta do preço do pescado sem cerimoniosamente feita pelos pescadores locais.
Contínuas queixas eram ouvidas da parte do “Zé-povinho”, que se via na contingência de não poder adquirir uma cambada de peixe, tal a exorbitância do preço deste gênero alimentício taxativamente imposto pelos homens da Z-II.

Felizmente, atendendo aos constantes reclamos dos consumidores do pescado, o sr. Felipe Castro, presidente da Cooperativa dos Pescadores, vem tomando enérgicas providências no sentido de por um entrave na ganância dos seus dirigidos. Anteontem assistimos de “visu” o sr. Castro fiscalizar a vendo do peixe no Mercado e intervir mesmo diretamente quando o pescador procurava impingi-lo por mais do que realmente valia.
Essa medida, que é digna de aplausos, porque vem beneficiar os habitantes pobres de Santarém, deve ser divulgada a fim de fique no conhecimento de todos para que todos, em conjunto com o presidente dos pescadores, ajam de modo a não reproduzir o fato que vinha provocando desgostos.
Isto quanto ao pescado adquirido diretamente do pescador. Quanto ao comprado ao revendedor, está este merecendo também uma interferência para evitar explorações.
Pensamos que essa anormalidade que se vem constatando seria sanada se, ao invés de ser vendido por unidade ou em cambadas, o pescado fosse vendido aos quilos, como se usa na capital do Estado. Para isso, entretanto, preciso seria que se preparasse previamente uma tabela de preços por espécie de pescado.
Com esta medida lucrariam o pescador e o consumidor, evitando-se, assim, explorações de parte a parte.

NOTA: Texto extraído do jornal “A Cidade”, de 28 de junho de 1930.

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