Já tivemos
ocasião de registrar um fato que estava reclamando seria intervenção em
benefício da coletividade: a alta do preço do pescado sem cerimoniosamente
feita pelos pescadores locais.
Contínuas queixas
eram ouvidas da parte do “Zé-povinho”, que se via na contingência de não poder
adquirir uma cambada de peixe, tal a exorbitância do preço deste gênero
alimentício taxativamente imposto pelos homens da Z-II.
Felizmente,
atendendo aos constantes reclamos dos consumidores do pescado, o sr. Felipe
Castro, presidente da Cooperativa dos Pescadores, vem tomando enérgicas
providências no sentido de por um entrave na ganância dos seus dirigidos.
Anteontem assistimos de “visu” o sr. Castro fiscalizar a vendo do peixe no
Mercado e intervir mesmo diretamente quando o pescador procurava impingi-lo por
mais do que realmente valia.
Essa medida, que
é digna de aplausos, porque vem beneficiar os habitantes pobres de Santarém,
deve ser divulgada a fim de fique no conhecimento de todos para que todos, em
conjunto com o presidente dos pescadores, ajam de modo a não reproduzir o fato
que vinha provocando desgostos.
Isto quanto ao
pescado adquirido diretamente do pescador. Quanto ao comprado ao revendedor,
está este merecendo também uma interferência para evitar explorações.
Pensamos que
essa anormalidade que se vem constatando seria sanada se, ao invés de ser
vendido por unidade ou em cambadas, o pescado fosse vendido aos quilos, como se
usa na capital do Estado. Para isso, entretanto, preciso seria que se
preparasse previamente uma tabela de preços por espécie de pescado.
Com esta medida
lucrariam o pescador e o consumidor, evitando-se, assim, explorações de parte a
parte.
NOTA: Texto
extraído do jornal “A Cidade”, de 28 de junho de 1930.
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