terça-feira, 9 de junho de 2020

O pão santareno que diminui de tamanho em 1929

Incide em nosso reparo o fato de alguns proprietários de padaria desta cidade estarem a diminuir tanto o tamanho dos pães, principalmente os que são vendidos por $100, que de mignon passarão ao tamanho de um tablete de chocolate, se não houver uma reflexão dos donos das padarias e repulsa dos consumidores.
Não há razão para semelhante diminuição. Basta citar que o quilo do trigo, a retalho, é vendido ao preço de 1$000, custando, portanto, o quilo em saca abaixo desse preço. Nem ao tempo da Grande Guerra, em que tivemos o trigo escasso e caro, o pão atingiu ao tamanho dos atuais, de certas padarias.
Nota-se uma diminuição de preços nos artigos de primeira necessidade, pelo que se não justifica tamanha incoerência dos srs. Padeiros. Assim é que, segundo um telegrama para a imprensa de Belém, a arroba de açúcar na fábrica passou a ser passou a ser vendido para o consumo nacional ao preço de... 5$000; o bacalhau, na praça de Belém, segundo os jornais, sofreu uma baixa de 30% no preço, ou seja, de 200$000 a caixa de 60 quilos passou a ser vendido a 160$000, com probabilidades de maiores vantagens. E nessa proporção acompanham os demais artigos.
Porque se não adota o uso de vender o pão a quilo, de modo a conciliar o interesse dos panificadores e dos consumidores?
Reflitam os senhores proprietários de padarias. C. M.

NOTA: Texto extraído do jornal “A Cidade”, de 08 de junho de 1929.

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